A Procuradoria-Geral da Câmara Legislativa do DF resolveu tirar o verniz do discurso “ético” da deputada Paula Belmonte (Cidadania). Em parecer emitido em 22 de setembro de 2025, o órgão recomendou a admissão da representação que pode levar à cassação do mandato da parlamentar, por quebra de decoro.
A bronca veio após declarações polêmicas de Belmonte sobre o chamado “teste do sofá” — uma fala feita em rede nacional que deixou servidoras e ex-servidoras da CLDF indignadas. O documento da Procuradoria, embora sigiloso, sugere que a deputada pode ter ultrapassado os limites entre denúncia e difamação, reacendendo o debate sobre até onde vai a imunidade parlamentar.
O parecer não condena, mas abre caminho para que o plenário da Casa decida se Belmonte deve ou não responder formalmente por suas declarações. E, para quem se apresenta como símbolo da ética e da moralidade na política, a ironia é inevitável: agora é ela quem precisa explicar — e muito — o que quis dizer quando resolveu “abrir a boca” demais.