Os bastidores da renúncia de Wanderlei Tavares revela o vice de Celina

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Os longos corredores dos prédios não se surpreenderam com a carta de renúncia de Wanderley Tavares  ao cargo de presidente do Republicanos no Distrito Federal, função que ocupava desde 2013. O documento oficial, datado de 3 de setembro de 2025, descreve uma trajetória de conquistas e agradecimentos, mas deixa no ar um clima de mistério sobre os reais motivos que levaram o dirigente a deixar o posto em um momento estratégico para a política local.

A carta de renúncia confirmou o que muitos já sabiam: “O Marcos Pereira acertou com Ibaneis que o vice de Celina será do Republicanos e será Gustavo Rocha”, afirmou uma fonte a este jornalista. Marcos Pereira é presidente nacional do Republicanos.

Na carta, Tavares relembra os avanços obtidos sob sua liderança: a consolidação do Republicanos como a maior força política do DF, a eleição de três deputados federais e de uma senadora em 2022, além da forte presença na Câmara Legislativa. No entanto, ao justificar sua saída, ele cita apenas a decisão nacional do partido de firmar aliança com o atual governo distrital, visando o projeto de 2026. Ele afirma que permanecerá dedicado ao fortalecimento da legenda, mas sem “participação direta nessa aliança”.

A justificativa, embora clara, abre espaço para especulações. Teria Tavares discordado da estratégia de aproximação com o governo do DF? Ou sua saída revelaria divergências internas mais profundas, talvez sobre o rumo do partido nas próximas eleições? O silêncio calculado do dirigente, que preferiu não detalhar os bastidores, sugere que há mais elementos ocultos do que o texto oficial revela.

Outro ponto que chama atenção é a ênfase nos agradecimentos. Tavares citou nominalmente o presidente nacional Marcos Pereira, deputados e a senadora Damares Alves, exaltando a parceria de todos na construção da legenda. Porém, ao se despedir, reforçou a ideia de que deixa o cargo com a “certeza do dever cumprido”, mas convicto de que novos capítulos ainda mais vitoriosos virão. Seria uma forma de se posicionar à parte da nova aliança, preservando sua imagem para futuros movimentos políticos?

A saída de Tavares ocorre em um período em que o Republicanos é cortejado por diferentes forças políticas, com vistas às eleições de 2026. A renúncia pode ser lida como um sinal de que o ex-presidente estadual não está disposto a se alinhar cegamente ao projeto atual e prefere guardar espaço para novos voos. Em política, como se sabe, decisões tomadas sob o manto da “gratidão e dever cumprido” muitas vezes escondem estratégias ainda não reveladas.

Enquanto o Republicanos DF inicia um novo ciclo, a principal dúvida que paira sobre os bastidores é: Wanderley Tavares realmente se retira da linha de frente ou apenas se reposiciona para uma jogada maior no tabuleiro político do Distrito Federal? Há quem diga que ele se filia noutro partido e deverá ser candidato a deputado

Polêmicas de Wanderley Tavares à frente dos Republicanos do Distrito Federal

Wanderley Tavares, à frente do Republicanos no Distrito Federal, tem se envolvido em controvérsias principalmente relacionadas a sua atuação política e à gestão do partido. Algumas dessas polêmicas incluem:

– Em 2023 teve que se desdobrar e desmentir que trabalhava para emplacar o nome de Damares ao GDF, enquanto a própria Damares já havia intenção de apoiar Celina Leão no pleito do ano que vem;

– Surgiram boatos e tensões internas sobre a relação do Republicanos com o governo Ibaneis Rocha, especialmente em torno da exoneração de indicados do partido em secretarias do GDF, embora Wanderley tenha minimizado essas questões, tentando distanciar o partido das disputas.

– Wanderley Tavares tem protagonizado acusações e disputas políticas dentro da base governista local, inclusive sendo citado como por trás de críticas feitas por deputados do partido contra o próprio governo que o Republicanos integra.

– Há denúncias que envolvem o presidente do Republicanos-DF em investigações por corrupção, conforme apontamentos em operações como a Lava Jato, além de controvérsias vinculadas à gestão de contratos e recursos públicos em sua esfera de influência.

– O partido, sob sua liderança regional, tem enfrentado dificuldades de união interna e alinhamento de estratégias eleitorais para 2026, refletindo disputas pelo controle e posicionamento político na capital. Com sua renuncia é provável que aliança entre Republicanos e MDB esteja logo ali.

– Há pouco tempo inventou de lançar o deputado federal Fred Linhares como pré-candidato ao GDF 2026, fracassou e ainda expôs Fred. Jogada que acabou em cheque mate para Ibaneis.

Esses episódios representam um perfil de liderança marcado por conflitos internos, confrontações públicas e suspeitas de irregularidades que têm marcado a gestão de Wanderley Tavares no Republicanos do Distrito Federal. Como diz um nobre jornalista: Não dá para querer tudo!

Hamilton Silva – Editor-chefe, DFMobilidade, jornalista e economista

 

 

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