Após participar da abertura do 5º Brasília Summit, que debate “A Segurança Jurídica no Agro”, o governador Ibaneis Rocha detalhou os motivos que o levaram a suspender a implantação do Zona Verde, projeto que prevê a criação de estacionamento rotativo pago no Plano Piloto mediante concessão de 20 anos, abrangendo regiões como Asa Sul, Asa Norte, Sudoeste, Noroeste, Esplanada e Eixo Monumental.
Ibaneis afirmou que o estudo técnico para implantação do Zona Verde está pronto e aprovado pelo Tribunal de Contas há mais de um ano, mas a decisão política foi condicionada a uma condição estrutural: a melhoria do transporte público. “Eu tinha na cabeça a ideia de fazer o Zona Verde, mas não concluímos as obras do BRT”, explicou o governador.
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Para ele, nenhuma cidade moderna adota políticas de desestímulo ao carro sem antes oferecer alternativas eficientes.
“Em todo lugar do mundo se beneficia o transporte público de qualidade. Nós renovamos a frota, mas ainda temos muitas obras do BRT para concluir. Na saída sul ainda há muito o que fazer, e o BRT Norte precisa ser construído”, destacou.
Ibaneis afirmou que, no momento certo, o tema inevitavelmente voltará à agenda, inclusive com apoio de parte dos setores. “No futuro, certamente, essa pauta virá, inclusive com apoio dos que hoje estão criticando.”
Foco na mobilidade pública
O governador reforçou que sua gestão trabalha para estruturar um sistema que permita desestimular progressivamente o transporte individual. “Temos que pensar como as cidades modernas. Estamos ampliando duas linhas do metrô, renovando a frota e avançando nos BRTs para privilegiar o transporte público em detrimento do privado”, afirmou.
Ele também destacou que a falta de vagas de estacionamento já afeta diretamente o comércio de rua do Plano Piloto.
“Não temos mais estacionamentos. O comércio reclama porque os compradores não conseguem parar. Vocês têm reportado isso: muitas lojas de rua têm fechado, enquanto os shoppings ganham movimento justamente pela oferta de estacionamento”, afirmou.
Zona Verde adiado
Mesmo com o projeto pronto, Ibaneis explicou que a decisão de não avançar foi técnica e estratégica. “A razão que fundamentou minha decisão foi condicionar a implementação do Zona Verde à conclusão das obras do BRT”, disse.
“O estudo está pronto e aprovado há mais de um ano, mas entendi que não era o momento.”
O governador reafirmou que a prioridade imediata é consolidar o sistema de mobilidade pública.
“Queremos um modelo que não penalize quem precisa ir e voltar do trabalho todos os dias. Antes de cobrar estacionamento, é preciso oferecer transporte de qualidade”, concluiu.




