Em uma cerimônia no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou nesta sexta-feira a nomeação de 2.158 novos profissionais para reforçar as forças de segurança pública da capital federal — uma das maiores ações de recomposição de efetivo dos últimos anos.
O anúncio foi feito pelo governador Ibaneis Rocha, em evento com presença de representantes das corporações e autoridades locais, e integra a política permanente de fortalecimento da segurança pública implementada desde 2019.
Quem entra nas ruas — e quando
Do total de nomeações, serão convocados:
- 1.239 praças da Polícia Militar do DF (PMDF);
- 680 agentes de polícia da Polícia Civil do DF (PCDF);
- 89 praças do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF);
- 150 policiais penais da Secretaria de Administração Penitenciária.
Segundo o governo, as nomeações já estão previstas para serem publicadas até o fim de dezembro — com posse e integração para funcionamento nas ruas logo em seguida.
Promessas de valorização e promessa de mais segurança
Durante a solenidade, Ibaneis Rocha ressaltou a importância da medida para ampliar a sensação de proteção da população e defender a continuidade dos esforços para “recompor o efetivo que já foi bastante maior”. “Zerar a criminalidade ninguém consegue, mas os índices das nossas polícias hoje são os melhores da série histórica”, afirmou o governador, destacando estatísticas apontadas pelo GDF como reflexo do trabalho das forças de segurança.
A vice-governadora Celina Leão celebrou a “paz” alcançada e reiterou que o GDF fez “os maiores concursos da história da segurança pública”, com provimento de cargos, estrutura e salários, construindo unidade dentro das corporações.
O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, destacou que o reforço permitirá atendimento a todas as regiões administrativas do DF, incluindo a área central de Brasília, que enfrenta demandas complexas por congregar órgãos do governo federal, o Congresso e tribunais.
Vozes da linha de frente
Entre os nomeados, o agente de polícia Gabriel de Campos, 29 anos, expressou emoção pelo momento esperado desde o concurso de 2021. “Esta é a última vez que vamos usar esse uniforme de aluno; é um marco muito importante nas nossas vidas”, disse, sob aplausos.
A subtenente do Corpo de Bombeiros Márcia Alves, 53 anos, comentou com humor e alívio sobre o impacto do reajuste salarial na sua vida pessoal, planejando viagens pela América do Sul após a aposentadoria — algo que, segundo ela, agora será possível com mais qualidade de vida garantida.
Redução de interstício e valorização contínua
No mesmo evento, o governador assinou decreto que reduz o interstício para promoções de praças e oficiais da PMDF, beneficiando 305 praças e 53 oficiais — uma tentativa declarada de acelerar a progressão na carreira e aumentar a motivação interna.
O GDF também destacou reajustes e benefícios concedidos nos últimos anos, incluindo reajustes médios de 18% entre 2023 e 2024 por meio de medida provisória, além de auxílios-uniforme e alimentação ampliados desde 2022, como parte de um plano mais amplo de valorização das forças.
O custo dessa aposta
Segundo projeções da Secretaria de Economia do Distrito Federal, os impactos financeiros dessas políticas devem crescer nos próximos anos, com despesas projetadas em quase R$ 2,5 bilhões anuais a partir de 2026 e 2027 para manutenção do novo efetivo e benefícios concedidos.
Contexto nacional
A iniciativa local ocorre após sanção de projeto de lei federal que autorizou a nomeação de mais de 2 mil policiais e reajustes salariais, fruto de negociação entre o GDF, Congresso Nacional e o governo federal — um processo que vinha se arrastando desde o final de 2024. Esse movimento foi visto por líderes das categorias como um passo essencial para fortalecer a segurança na capital.
*Com informações da Agência Brasília






