Supeita é de criação de núcleo de comunicação paralelo, pago com dinheiro público, para impulsionar pré-candidatura dele ao GDF
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) denunciou, nesta quarta-feira (19), o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli (PSB-DF), ao Ministério Público Eleitoral do Distrito Federal por abuso de poder político para impulsionar pré-candidatura dele ao governo local.
No texto, a senadora aponta que Cappelli teria estruturado um núcleo paralelo de comunicação, de natureza política e eleitoral, instalado fora da sede da ABDI, em Brasília, objetivo de produzir conteúdo, interagir com eleitores nas redes sociais e atacar adversários políticos.
A representação afirma que o gerente de marketing da ABDI, Bruno Trezena, teria estabelecido, inclusive, metas de engajamento como “responder a 70 comentários, realizar 10 publicações, enviar 60 mensagens e efetuar 30 ligações por dia”, com enfoque na amplificação da presença digital do pré-candidato.
Damares Alves também destaca suspeitas de que celulares e notebooks foram adquiridos para uso exclusivo dessa operação, simulando contas falsos eleitores e grupos de apoiadores, com perfis criados exclusivamente para interação com o as páginas do pré-candidato e notícias nas contas de órgãos de imprensa.
A representação ainda aponta indícios de irregularidades trabalhistas, incluindo demissões sem aviso prévio, ausência de registro em carteira e atrasos salariais, relatados por ex-colaboradores.
“Essa atuação, sob uma “lógica de medo e controle,” reforçaria o caráter irregular da estrutura e a existência de um vínculo funcional informal com a autarquia federal”, afirma a senadora.
Para a parlamentar brasiliense, a utilização, direta ou indireta, da ABDI para fins eleitorais representa “grave desvio de finalidade administrativa e dilapidação da confiança pública nas instituições federais”.
Damares Alves pede ao MPE-DF a abertura de inquérito para investigar o caso e que seja aberto procedimento para garantir que todas as atividades de comunicação suspeitas de integrarem o esquema sejam imediatamente suspensas.




