Gim Argello volta ao tabuleiro político e compra metade de portal para reconstruir influência em Brasília
O ex-senador Gim Argello, condenado na Operação Lava Jato e protagonista de alguns dos escândalos mais marcantes da política recente, está de volta ao radar do poder. Em movimento calculado e silencioso, Argello reapareceu no cenário público adquirindo 50% do portal Ver-o-Notícias, numa clara ofensiva para recuperar espaço, visibilidade e influência política no Distrito Federal.
Segundo apurações, Gim teria adquirido 50% de um portal de notícias em Brasília, numa operação avaliada em cerca de R$ 8 milhões. Há nos bastidores, informações de que o outro integrante do importante portal é nada menos que Carlinhos Cachoeira. Personalidade conhecida dos meios midiaticos.
A reentrada não é discreta por acaso. Depois de desaparecer dos holofotes, Argello agora escolhe um instrumento estratégico: a mídia — justamente o campo que influencia opinião, constrói narrativas e pavimenta reputações. O gesto indica que o ex-senador quer voltar a falar com o eleitor, reaproximar-se de antigos aliados e testar sua aceitação num ambiente eleitoral que, historicamente, ele sempre soube operar.
A movimentação ocorre após um histórico que o próprio eleitorado do DF não esqueceu. Argello foi preso em 2016, na 28ª fase da Lava Jato, acusado de cobrar propina para blindar empreiteiros nas CPIs da Petrobras. Em 2017, foi condenado pelo TRF-4 a mais de 11 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, envolvendo construtoras como OAS e UTC, além de suspeitas de ter recebido R$ 5 milhões condicionados à proteção empresarial dentro do Congresso. Beneficiado por indulto natalino em 2019, o ex-senador passou os últimos anos recolhido, articulando nos bastidores e reconstruindo pontes.
Agora, armado com uma plataforma de comunicação e visivelmente disposto a reescrever a própria narrativa, Gim retorna a um DF politicamente fragmentado, onde espaços de poder estão em disputa e onde antigas lideranças buscam ressurgir com novos vernizes. O gesto de comprar parte de um veículo de imprensa, portanto, não é apenas empresarial — é eleitoral, estratégico e simbólico.
A pergunta que volta à cena — e que a classe política já faz nos corredores — é simples: Gim quer apenas influência ou está construindo o terreno para disputar o voto novamente? Não sejamos ingênuos porquê essa gente não é.
Seja para 2026 ou 2028, seu primeiro passo foi dado: voltou a ter voz. Resta saber se o eleitor do DF, após anos de denúncias, prisões, condenações e tentativas de reabilitação, está disposto a ouvir.
Por: Hamilton Silva é jornalista e editor-chefe do portal DFMobilidade
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