Chico Vigilante distorce os fatos: nega que a ANTT seja federal e tenta jogar o aumento do Entorno no colo dos outros para blindar Lula.

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O deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) atacou a imprensa e afirmou, em discurso, que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não seria um órgão federal — uma declaração factualmente equivocada e facilmente verificável. A ANTT é uma autarquia federal criada pela Lei nº 10.233/2001, integrante da administração pública indireta da União e vinculada ao Ministério dos Transportes. Sua competência inclui regular, supervisionar e fiscalizar serviços e infraestrutura de transportes terrestres sob responsabilidade federal.

O deputado esquerdista usou a tribuna da CLDF nesta quarta-feira (24/9) para atacar órgãos de imprensa e disseminar notícias falsas. Ou seja, cometer  Fake News.

A fala do parlamentar ocorre em meio ao reajuste de 2,919% nas tarifas do transporte semiurbano entre o Entorno de Goiás e o Distrito Federal, autorizado pela própria ANTT e em vigor desde 23 de setembro. Segundo a Agência, o aumento decorre de deliberação formal (nº 78/2025) e foi mantido mesmo com as tentativas de suspensão solicitadas pelos governos do DF e de Goiás, enquanto avançam tratativas para um consórcio interfederativo GO-DF. Ou seja, a responsabilidade regulatória — e a assinatura do reajuste — pertencem ao âmbito federal.

No plano político, a diretoria da ANTT foi recentemente recomposta com indicações do Executivo federal e nomeações confirmadas pelo Senado. Tomaram posse, em agosto e setembro, o diretor-geral Guilherme Theo Sampaio e o diretor Alex Antonio de Azevedo Cruz — ambos sabatinados e empossados após indicação do presidente da República. Isso reforça, do ponto de vista institucional, que a cadeia de comando e accountability da Agência é inequivocamente federal.

A tentativa de empurrar ao governo local a culpa por um ato regulatório da União pode soar conveniente, mas não resiste a um Google básico — e muito menos ao texto da lei. No que tange às passagens do Entorno, é a ANTT quem regula e decide; ao GDF e ao governo de Goiás cabe negociar, pressionar e propor alternativas, como a formação do consórcio interfederativo, mas não editar deliberações tarifárias federais.

O episódio, registrado em vídeo e repercutido por portais locais, expõe mais um choque entre narrativa política e realidade institucional. Em temas sensíveis ao bolso do trabalhador, precisão jurídica não é detalhe — é dever.

Por: Hamilton Silva- Jornalista e editor-chefe do portal DFMobilidade, economista. Articulista acompanha política local desde a década de 80

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