Vaidade acima de tudo: Bia Kicis ameaça união conservadora ao insistir em candidatura ao Senado pelo DF
A disputa dentro do PL e dos partidos aliados à direita ganhou um ingrediente explosivo: a insistência da deputada Bia Kicis em lançar-se candidata ao Senado em 2026, mesmo que isso fragilize a formação de uma chapa única capaz de derrotar a esquerda e o PT no Distrito Federal.
Bia Kicis, movida mais pela vaidade política do que por cálculo estratégico (lembremos que ela persegue o cargo de senadora desde 2022), tenta minar – consciente ou inconscientemente – a aliança das evangélicas Celina Leão (PP-DF), Michelle Bolsonaro (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos) — três lideranças que, juntas, podem representar uma força feminina conservadora inédita na política brasiliense. A omissão silenciosa sobre as falas de Arruda da parlamentar é vista como um gesto de desagregação e até validação do ex-governador, que privilegia ambição pessoal em detrimento do projeto coletivo da direita no DF.
Enquanto isso, o PL segue atolado em contradições. Nacionalmente, o partido decidiu poupar Lindbergh Farias no Conselho de Ética, mostrando que o discurso de enfrentamento ao PT serve mais para a plateia do que para a prática. O líder Valdemar Costa Neto — aquele mesmo que já dividiu cela com Zé Dirceu no escândalo do Mensalão — parece confortável no papel de articulador da conveniência, não da coerência. Talvez isso explique muita coisa!
Quem não ajunta, espalha…
No DF, o fogo amigo continua. A fala e articulação junto aos seus apoiadores de Alberto Fraga, defendendo publicamente o retorno de José Roberto Arruda à disputa pelo governo, fez o ex-governador “pedir o boné” e se afastar do partido e escancarou a validação da deputada Bia ao “ficha limpa” Arruda. O PL local, que tenta se reinventar como o principal polo opositor ao PT, parece mais interessado em travar guerras internas do que em construir pontes eleitorais sólidas. Isto poderá resultar na volta dos esquerdistas ao GDF. Sabe quem será a responsável?
Não se surpreenda, mas as esquerdas brasiliense aparenta está dividida e até desorganizada, mas eles se utilizam muito bem desta narrativa somente para distrair os adversários e implementar uma bandeira falsa. Eles são tão profissionais nisto que criaram vários partidos. No final estrão todos juntos contra Celina.
De “partido da resistência” a vitrine de egos e vaidades, o PL vai se afastando do eleitor conservador que esperava firmeza e unidade. Bia Kicis parece vacilar ao declarar apoio a Celina. E ainda tem a questão de Izalci Lucas que trabalhou firmemente pela volta de Arruda no Senado onde a Lei do Ficha Limpa foi mudada para para beneficiar o político com nome de planta.

Se continuar nesse ritmo, a direita pode acabar entregando de bandeja ao PT o que prometeu conquistar nas urnas.
Por: Hamilton Silva – jornalista e editor-chefe do DFMobilidade
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