O governo federal recuou e apresentou nesta sexta-feira (5/9) uma nova proposta de reajuste para a Polícia Civil do DF: 24,32%, divididos em duas parcelas — a primeira já sobre a folha de setembro (paga em outubro) e a segunda em abril de 2026. A oferta surge dois dias após a categoria rejeitar, por unanimidade, os 18,9% apresentados antes. Mesmo com o avanço, o Planalto mantém o veto à paridade com a Polícia Federal, principal reivindicação dos servidores.
A mudança de posição ocorre depois de meses de mobilização dos sindicatos e da pressão do governador Ibaneis Rocha, que em 17 de fevereiro enviou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedido formal de recomposição das forças de segurança do DF, com pagamento em duas etapas entre 2025 e 2026. O tema foi levado ao Congresso e discutido em comissões, reforçando o cerco político para que a União deliberasse.
Em agosto, o próprio Ministério da Gestão e Inovação defendia um pacote mais tímido — dois reajustes de 9% (2025 e 2026), somando 18,8% —, que naufragou diante da resistência da base policial e do GDF. A guinada para 24,32% expõe que havia margem para avançar e que a “falta de espaço” era, no mínimo, discutível.
E nesta semana Ibaneis Rocha mandou ofício ao presidente da República insistindo pela atualizações salariais e de paridade.
Do lado de fora da reunião no MGI, os policiais realizaram assembleia; a decisão final da categoria sobre aceitar ou não a proposta será tomada em novo encontro. O governo do DF sustenta, desde fevereiro, que a recomposição cabe no Fundo Constitucional do DF — argumento que enfraquece a narrativa de inviabilidade orçamentária por parte da União.
O Planalto só andou quando ficou claro que a pressão não arrefeceria e que havia lastro político e financeiro para fazer mais. Avançou, sim; mas continua devendo a paridade e transparência sobre a base de cálculo, cronograma e impacto líquido por carreira. Para quem demorou meses para admitir o óbvio, 24,32% é correção de rota — não favor.
Serviço • O que está na mesa: 24,32% à PCDF em duas parcelas (set/2025 e abr/2026). Paridade com a PF segue fora.
• Próximos passos: sindicatos convocarão nova assembleia para deliberar.
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