Durante evento, mãe de psicólogo infantil detido na Papuda acusa o deputado de ignorar realidades de perseguição no país.
No 2 Encontro Nacional do Mulheres Republicanas evento que ocorrenos dias 21 e 22/3 e que reuniu diversas figuras políticas e ativistas, a mãe de um jovem psicólogo infantil, que prefere não ter seu nome divulgado, confrontou o deputado Hugo Motta (Republicanos) sobre suas declarações polêmicas negando a existência de exilados políticos ou perseguidos no Brasil. O incidente ocorreu durante uma mesa redonda sobre direitos humanos, que tinha como objetivo discutir a liberdade de expressão e a segurança de ativistas e opositores políticos no país.
O conflito teve início quando Hugo Motta, em resposta a perguntas da audiência, afirmou categoricamente que “no Brasil não existe exilados ou perseguidos políticos”. Essa declaração provocou reações imediatas, especialmente da mãe do psicólogo, cujo filho foi detido por sete meses no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Segundo ela, seu filho foi preso sob acusações infundadas, caracterizando uma perseguição política devido ao seu trabalho com comunidades vulneráveis e seu posicionamento político crítico.
O protesto por parte de Teresa Elvira Vale, mãe de um exilado e investigado por participar dos atos de 8 de janeiro de 2023. “Eu posso provar com testemunhas a mentira de Hugo Motta. Meu filho ficou preso sete meses na Papuda! É um jovem psicólogo infantil maravilhoso e dedicado, que sempre lutou pelos direitos das crianças”, declarou a mãe, visivelmente emocionada, durante o evento. Ela desafiou o deputado a reconhecer a realidade dos que sofrem nas mãos de um sistema que, segundo ela, muitas vezes é manipulado para silenciar vozes dissonantes.
A cena gerou ampla discussão nas redes sociais e entre os participantes do evento. Especialistas em direitos humanos presentes no local reforçaram a importância de reconhecer e proteger indivíduos que são injustamente perseguidos. Muitos apontaram que a negação de casos como o do filho da mulher em questão contribui para a erosão das liberdades civis no Brasil.
Analistas políticos que acompanharam o evento destacaram que declarações como as de Hugo Motta podem refletir uma postura de negação que ignora não apenas casos isolados, mas um problema mais amplo de uso político do sistema judiciário. Esse tipo de atitude por parte de figuras políticas pode ser interpretada como uma tentativa de mascarar as realidades incômodas que desafiam a narrativa oficial do governo ou de seus apoiadores.
O incidente destaca a tensão contínua entre o governo e grupos de oposição sobre a narrativa de direitos humanos e liberdade política no Brasil. Enquanto o deputado Hugo Motta defende que a situação política do país está estabilizada, muitos cidadãos e ativistas clamam por um reconhecimento mais honesto das dificuldades enfrentadas por aqueles que se encontram, de uma forma ou de outra, na mira das autoridades por suas convicções.