O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) exibiu a tornozeleira eletrônica na saída do Congresso Nacional, após reunião com a bancada do Partido Liberal realizada nesta segunda-feira (21/7) no Salão Verde. A cena, captada por câmeras da imprensa, marcou a primeira vez em que o dispositivo foi mostrado publicamente depois de sua instalação.
Em breve declaração a jornalistas, Bolsonaro classificou o aparelho como “símbolo de máxima humilhação desse país”, reforçando seu discurso de perseguição política e insatisfação com as medidas judiciais que o mantêm sob monitoramento.
A tornozeleira eletrônica integra o conjunto de medidas cautelares determinadas em 18 de julho pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga suposta organização criminosa armada e atentados à ordem democrática. Além do monitoramento eletrônico, o ex-presidente cumpre recolhimento domiciliar noturno, está proibido de usar redes sociais e não pode manter contato com embaixadores, diplomatas, outros réus e investigados.
Bolsonaro tornou-se réu em ação penal no STF em 26 de março de 2025, após denúncia da Procuradoria-Geral da República em 18 de fevereiro deste ano por crimes como organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. Na acusação, a PGR aponta que o ex-presidente teria liderado um núcleo “crucial” para conspirar contra a democracia brasileira.
A reunião convocada para as 14h na liderança do PL na Câmara dos Deputados buscou articular respostas políticas às medidas impostas pelo Supremo, incluindo a proposição de moções de repúdio ao tribunal e a campanha nacional “Reaja Brasil”. Segundo o líder da bancada, Sóstenes Cavalcante, cerca de cinquenta parlamentares participaram do encontro.
Apesar da proibição judicial de conceder entrevistas — descumprimento que pode acarretar prisão preventiva — Bolsonaro mantém prevista para as 17h de hoje uma nova coletiva na Casa Legislativa, na qual deverá reiterar sua defesa e criticar a atuação do STF.
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