O União Brasil determinou que todos os filiados ocupando cargos no governo Lula deixem os postos em até 24 horas, sob pena de infidelidade partidária e possível expulsão. A medida pressiona diretamente o ministro do Turismo, Celso Sabino, quadro do partido com assento na Esplanada, e escancara a fragilidade da articulação política do Planalto com a maior bancada da Câmara.
A resolução foi assinada pelo presidente nacional do União, Antônio Rueda, e veio acompanhada de uma nota que denuncia “uso político da estrutura estatal” após seu nome aparecer em apurações da PF sobre atuação do PCC — Rueda não é formalmente investigado. O partido fala em “coincidência” após ter anunciado o desembarque do governo.
O Planalto reagiu. Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, criticou a tentativa de relacionar o governo às investigações e afirmou que a decisão de sair do Executivo é interna às siglas. Na prática, a ofensiva do União aumenta o isolamento do governo Lula no Congresso.
Desde 2 de setembro, a federação formada por União Brasil e PP (União Progressista) havia dado 30 dias para seus ministros entregarem os cargos — o novo ultimato encurta esse prazo e busca efeito imediato. A federação soma pouco mais de 100 deputados e mais de uma dezena de senadores, liderada em regime compartilhado por Rueda e Ciro Nogueira.
O gesto expõe o desgaste da base aliada e testa a capacidade do governo de reter quadros em meio a derrotas na agenda política e à reorganização do centrão. Se Sabino resistir, o partido fala em enquadramento por infidelidade; se ceder, Lula perde mais um espaço de negociação na Esplanada.
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Hamilton Silva — editor-chefe do DFMobilidade
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