UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL: A solução para a mobilidade urbana brasileira está nos trilhos?

IA - DFMobilidade
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Um estudo realizado em Toronto, cidade cartão postal do Canadá, entre os anos de
2023 e 2025 demonstra a importância do planejamento e investimento na mobilidade
metropolitana. A principal engrenagem que gira a economia de determinada região está em
torno da logística empregada não só para a cadeia de suprimentos, bem como para a força
de trabalho que as move.
Viver e trabalhar nos grandes centros urbanos não é uma realidade para a grande
maioria das pessoas, a demanda de mão de obra no centro das cidades não comporta a
oferta de moradia nas áreas próximas, exigindo cada vez mais do sistema de transporte
metropolitano que muitas vezes esbarra na infraestrutura projetada para tal finalidade, quem
vislumbra ficar horas no trânsito antes de iniciar sua jornada de trabalho? Investimentos em
transporte rodoviário que concorrem com o transporte particular e está sujeito ao caótico
trânsito e intempéries climáticas, o que já deixou de ser motivo para o abandono do carro na
garagem e escolha pelo transporte público.
A construção da Canadian Pacific Railway em 1871, ferrovia que liga o leste ao
oeste canadense foi o marco para a federalização e constituição de um povo que tem suas
raízes baseadas na ferrovia. Toronto reúne os mais diversificados modais de transporte de
passageiros sobre trilhos, todas as linhas federais oriundas de quase todas as províncias
reúnem-se na Union Station, local onde o passageiro pode facilmente optar por tomar o
metrô, o famoso streetcar (uma nomenclatura usada para os bondes) ou o trem intercidades
operado pela GO Transit. A inspiração ferroviária canadense viabiliza a mobilidade turística
e de trabalhadores diariamente, diminuindo os custos de manutenção do país, gerando
riquezas numa vasta área territorial, mas que contrasta com a baixa demografia
populacional.
Notáveis troncos ferroviários interligam as cidades chaves e distribuem os
passageiros para o sistema de metrô que transporta rapidamente seus usuários até a
estação de desembarque contando também com capilarização dos bondes operados na
superfície sem concorrer com as linhas de ônibus locais, mas de forma harmônica
dispersando a demanda de transporte público por todas as partes da cidade, evitando a
formação de imponentes terminais de integração superlotados muito comuns nos grandes
centros.
A ferrovia, a tempos esquecida pelos brasileiros, pode um dia voltar a ser a nau
capitânia da logística nacional? O trem movendo pessoas e cargas de norte a sul do Brasil,
diminuindo os custos de transporte, reduzindo consideravelmente o número de vítimas dos
acidentes de trânsito e aumentando a confiança dos investidores no potencial de produção,
vale qualquer custo de investimento inicial em infraestrutura ferroviária. Explorar o potencial
ferroviário nacional é a chave para nosso sucesso como nação, forte nos setores produtivo
e de serviços e vulnerável na logística.

Por: Robert Anthony, Gestor Público e Metroviário

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