A nova ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump eliminando tarifas de café, carne bovina e frutas tropicais para Guatemala, El Salvador, Equador e Argentina reacendeu um debate que o governo brasileiro tenta evitar: a perda de competitividade internacional do Brasil por causa de políticas comerciais mal conduzidas.
Enquanto esses países passam a exportar com tarifa zero, o Brasil — que antes enfrentava taxação de 50% — agora cai apenas para 40%. Ou seja, melhora pouco, continua caro e segue atrás dos vizinhos.
O impacto é direto: produtos brasileiros chegam mais caros ao mercado norte-americano, perdendo espaço para concorrentes latino-americanos que agora contam com vantagem tarifária total. No café, um dos símbolos da pauta exportadora brasileira, o salto é ainda mais sensível, já que Guatemala e El Salvador estão entre os principais competidores na produção de grãos premium.
Mesmo assim, setores ligados ao governo Lula correram para comemorar uma redução ínfima, tratando a queda de apenas 10 pontos percentuais como um “avanço diplomático”. A narrativa, no mínimo, soa contraditória: os aliados do Palácio celebram enquanto países menores passam a vender sem pagar nada e o Brasil continua arcando com quase metade do custo tarifário original.
A contradição se agrava pelo discurso nacionalista adotado pelo governo federal. Quando a diplomacia brasileira falha em assegurar vantagens comerciais estratégicas, a propaganda oficial tenta transformar retrocesso em vitória — como se o mercado internacional fosse guiado por slogans e não por competitividade real.
No final das contas, a medida de Trump apenas expôs o óbvio: o Brasil continua perdendo espaço na mesa das grandes negociações comerciais, enquanto comemora migalhas que não alteram o desequilíbrio.
Por: Hamilton Silva é jornalista e editor-chefe do portal DFMobilidade
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