O publicitário Nizan Guanaes aceitou um convite feito pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, para elaborar uma campanha que terá como objetivo, na prática, defender a urna eletrônica. A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, a campanha trará uma narrativa com defesa da “lisura e a transparência do processo eleitoral”. Ainda segundo o colunista Lauro Jardim, o trabalho de Nizan não será remunerado e ele movimentará uma equipe de voluntários para executar as peças. Sobre os custos de produção, Jardim afirma que os valores sairão dos cofres do setor privado.
Guanaes é figura conhecida da Operação Lava Jato após ele revelar, em 2015, que o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu (PT) prestou consultoria econômica às suas empresas. De acordo com Nizan, Dirceu teria recebido R$ 20 mil mensais entre o fim de 2008 e 2012 pelo trabalho.
Questionado pelo Ministério Público Federal, na época, sobre o tipo de consultoria prestado pela JD Assessoria e Consultoria, de propriedade de Dirceu, o publicitário respondeu que o trabalho seria “sobretudo de cenário econômico”, mas também incluiria “aquelas coisas do político que vão refletir em você”.
Naquele momento, a Lava Jato investigava se contratos de consultoria da JD serviram para “esquentar” dinheiro de propina. No depoimento, o publicitário alegou que os pagamentos a Dirceu foram feitos “absolutamente dentro da lei, declarados”, e disse que Dirceu não ofereceu vantagens indevidas a ele.