Sócio de rede ‘postos do PCC’ foi recebido por Kassab e Valdemar

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Sócio da Boxter Combustíveis, alvo da Operação Carbono Oculto por suspeita de ligação com o PCC, o empresário Gabriel Cepeda esteve há poucas semanas no Palácio dos Bandeirantes, onde se reuniu com Gilberto Kassab, secretário de governo e braço-direito de Tarcísio de Freitas. O acesso foi intermediado por Matheus Serafim, ex-lutador de MMA que se filiou recentemente ao PSD.

“Encerrando a segundona abençoada em reunião com presidente @gilbertokassab_ e meu parceiro Gabriel Cepeda. Muita conversa boa sobre o futuro. Tmj”, escreveu Serafim, em postagem no Instagram, ao lado de ambos.

O ex-lutador de MMA também aparece em outras imagens ao lado de Kassab. Numa delas, simula com o cacique do PSD uma luta e agradece o “convite para concorrer às eleições de 2026”. “É uma grande satisfação caminhar ao lado de um líder que tanto fez e continua fazendo pelo nosso país.”

Questionado via assessoria sobre o encontro e a presença de Cepeda, Kassab primeiro negou ter se reunido com Matheus e disse desconhecer Gabriel. Quando confrontado com a foto, afirmou ter confundido “o Matheus” e respondeu que o conheceu recentemente, quando de sua filiação.

Segundo o secretário, Matheus Serafim pediu a reunião “para se inteirar sobre investimentos e eventos na área esportiva”:

“Matheus Serafim, que é assessor parlamentar da Alesp, esteve com o secretário para se inteirar sobre investimentos e eventos na área esportiva. O secretário o conheceu recentemente, quando ele se filiou ao PSD para postular uma candidatura a deputado estadual nas convenções do ano que vem. Kassab desconhece quem o acompanhava.”

Serafim também levou Cepeda a Valdemar da Costa Neto, dono do PL. Em outra postagem no IG, datada do dia 18 deste mês, ele aparece fazendo uma selfie com o cacique e o empresário dos combustíveis ao fundo fazendo sinal de positivo. “Começando a semana tomando um café com os amigos Gabriel Cepeda e Valdemar Da Costa Neto. Grandes amigos e parceiros.”

A reportagem aguarda posicionamento da assessoria de Valdemar. Cepeda não foi localizado, mas Serafim disse que conhece o empresário há cerca de três anos. “Como sou atleta, participei de campeonatos, um amigo meu me apresentou ele para me patrocinar para lutar o Mundial de Jiu-Jitsu. Foi assim que conheci e acabamos ficando amigos. Não sabia de nada disso (acusação de envolvimento com o PCC)”, disse.

Sobra as reuniões com Kassab e Valdemar, Serafim disse que foi ao Palácio dos Bandeirantes atrás de investimentos esportivos. “Ele (Cepeda) estava comigo. O secretário (Kassab) não conhece ele; o mesmo com o Valdemar, que também não conhece ele.”

COMBUSTÍVEL DO PCC

Na decisão que autorizou a Operação Carbono Oculto, o juiz Sandro de Barros Leite determinou buscas em endereços de toda a família Cepeda, incluindo Gabriel, os irmãos Renan e Natália, além do pai Natalício Pereira Gonçalves Filho.

Segundo o magistrado, a família Cepeda “possui uma notória conexão com a distribuição de combustíveis, especialmente aquelas ligadas ao grupo de Mohamad, e com pessoas relacionadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC)”.

O magistrado ressalta que a “Rede Boxter e a família Cepeda Gonçalves foram investigados” na Operação Rei do Crime, em 2020, “por crimes de organização criminosa e lavagem de capitais”. Renan e Natalício chegaram a ser presos.

Na investigação atual, o Gaeco aponta compartilhamento de operadores e laranjas, inclusive contadores, entre o grupo empresarial e o PCC. Segundo as investigações, os postos identificados no esquema movimentaram cerca de R$ 2,5 bilhões, entre 2020 e 2024.

Há ainda indícios de ocultação e simulação de transações.

“A dinâmica de ter um posto de combustível em seu nome no mesmo endereço de nove empresas ativas da Rede Boxter sugere a utilização de camadas societárias para ocultação. A transferência de postos de combustíveis para “interpostas pessoas” (laranjas) como Guilherme da Silva Oliveira e Luiz Felipe do Valle Silva do Quental de Menezes é uma prática observada e é similar à dinâmica do grupo. Ela outorgou uma Procuração RFB (Procuração para a Receita Federal) para Priscila, que também teve vínculo empregatício com uma empresa em nome de Renan Cepeda Gonçalves.”

POR: PORTAL CLÁUDIO DANTAS

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