A oitiva desta segunda-feira (10) terminou em faísca na CPMI do INSS: Igor Delecrode, apontado como um dos “golden boys” do esquema que mordeu benefícios de aposentados, recorreu ao silêncio — e o relator Alfredo Gaspar partiu para o ataque. Ele acusou “blindagem do STF” e até da própria CPMI, disse que “a República vai balançar” quando vierem à tona ligações políticas do chamado “Careca do INSS” e cobrou prisões imediatas.
Gaspar citou nomes de operadores e empresárias supostamente beneficiados por descontos indevidos e criticou o sigilo de 100 anos sobre visitas a gabinetes no Senado, apontando “medo do STF” e “covardia institucional” no Congresso. No balanço, lembrou pedidos de prisão já aprovados pela CPMI e reforçou que, sem colaboração dos investigados, o caminho provável para alcançar o núcleo político serão delações premiadas.
O pano de fundo é um rombo bilionário em descontos irregulares contra aposentados e pensionistas, investigado por uma CPMI controlada pela oposição (presidência de Carlos Viana e relatoria de Alfredo Gaspar). O colegiado mira da ponta operacional — os “golden boys” — ao topo político, e já aprovou centenas de requerimentos, incluindo quebras de sigilo de figuras centrais do esquema e de ex-gestores da Previdência.
A pressão sobre o STF subiu após sucessivos embates judiciais envolvendo investigados como o “Careca do INSS”; decisões recentes mantiveram quebras de sigilo, mas parlamentares reclamam de pouca cooperação do Judiciário e falam em “blindagem”. O impasse jurídico-político virou munição para a CPMI, que promete relatório final até dezembro com responsabilizações civis e criminais.
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