O Senado Federal substituiu a frota de sedans por 79 SUVs de luxo — modelos Chevrolet Equinox 2025, com teto solar — e uma van adaptada, em contrato de cinco anos que soma mais de R$ 47,7 milhões. A despesa mensal é de R$ 796,5 mil, mais que o dobro do acordo anterior (R$ 377,8 mil/mês). O fornecimento é da Quality Aluguel de Veículos S/A e inclui combustível, manutenção, limpeza, seguros, taxas e impostos, sem serviço de motorista. Os veículos já estão em circulação.
As regras internas limitam o uso a senadores, ao diretor-geral e ao secretário-geral da Mesa, com circulação restrita ao DF e Entorno (até 100 km), salvo exceções autorizadas. O contrato determina renovação da frota a cada 2 anos e 6 meses e pode ser prorrogado de 5 até 10 anos. Questionado, o Senado não respondeu até a publicação da reportagem citada.
A troca também muda o padrão dos carros oficiais: saem sedans como Corolla e Sentra; entram SUVs com conectividade embarcada, Wi-Fi nativo e motor 1.5 turbo de 177 cv. Caso a Casa optasse por compra, cada Equinox sairia entre R$ 242,7 mil e R$ 287 mil. O novo contrato foi lançado em junho e assinado no mês seguinte, por R$ 9,5 milhões ao ano (em 2023, o valor anual era de R$ 4,5 milhões).
Em tempos de promessa de austeridade, o recado político é direto: conforto segue prioritário — e caro. O debate que se impõe é de oportunidade e transparência: por que dobrar o custo num cenário de aperto fiscal, quando a própria regra limita o uso a trajetos locais? A sociedade paga a conta; o Senado deve explicações.
Fontes consultadas: Metrópoles (coluna Tácio Lorran).
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