Senado aprova inclusão de guardas municipais e agentes de trânsito no sistema de segurança

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil.
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil.

O plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (27), a proposta de emenda constitucional (PEC) 37/2022 que inclui as guardas municipais e os agentes de trânsito entre os órgãos de segurança pública. No primeiro turno, o texto recebeu 65 votos a favor. No segundo turno, foram 57 votos. O texto, de autoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), segue, agora, para apreciação da Câmara dos Deputados.

A Constituição, no capítulo destinado à segurança pública, lista as forças que fazem parte do setor. As guardas municipais não são mencionadas e a PEC aprovada incluiu essa corporação. Já estão listadas no texto constitucional a Polícia Federal; a Polícia Rodoviária Federal; a Polícia Ferroviária Federal; as Polícias Civis; as Polícias Militares; os Corpos de Bombeiros Militares; e as Polícias Penais federal, estaduais e distrital.

O texto autoriza os municípios a criarem guardas ou polícias municipais com a função de proteger bens, serviços, instalações da cidade. As guardas também ganham o direito de fazer policiamento ostensivo local e comunitário e podem atuar em colaboração com os demais órgãos de segurança pública. A PEC ainda permite que as guardas municipais tenham novo nome. Podem ser chamadas de “polícia municipal”, “guarda civil”, “guarda civil municipal”, “guarda metropolitana” ou “guarda civil metropolitana”. A alteração de nomenclatura terá de ser feita por meio de concurso público ou transformação dos cargos e carreiras dos guardas municipais. 

Apoio de todas as correntes políticas
A PEC teve ampla receptividade no plenário. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi um dos que defendeu a proposta. “Há verdadeiramente uma sensação de insegurança na sociedade brasileira. Foi a insistência dos senadores que moveu a Presidência para colocar o assunto na pauta. Essa matéria foi uma conquista do Colégio de Líderes”, afirmou.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) disse que a PEC mereceu total apoio de seu partido. “O Brasil tem carência de força policial e de prevenção ao crime nas ruas, sobretudo nas regiões mais pobres. A relação efetivo policial versus população é uma relação absolutamente abaixo da média mundial”, disse.

Não é à toa que o Brasil apresenta índices pavorosos de homicídios. A PEC dará instrumentos aos estados e aos municípios para incrementar a presença do poder público e dar segurança ao cidadão”, completou.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) disse que quem ganha com a PEC é a população, que contará com mais policiais fazendo o trabalho de policiamento ostensivo. A posição é semelhante a de seu colega de partido, Rogério Carvalho (SE). “A PEC representa um embrião do que pode vir a ser uma nova polícia no Brasil, uma polícia ostensiva que não é militar, que pode cumprir algumas tarefas, (…) uma polícia integrada, efetiva e unificada, sem divisões artificiais que aumentam o custo e diminuem a eficácia da ação policial e da segurança pública”.

O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) afirmou que a segurança pública tem de ser municipalizada. “Esse projeto chegou em boa hora e não vai ter custo nenhum adicional, a não ser que possamos dar condições aos municípios de fazer uma boa guarda municipal, mas com recursos”, concluiu. (Com Agência Senado)

Comentários

Políticas de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.