A saúde de Jair Bolsonaro entrou no centro das conversas entre ministros do Supremo. Com o quadro abdominal considerado delicado por médicos que atendem inclusive servidores da Corte, ganhou força a avaliação de que a Papuda saiu do radar — ao menos por ora. A alternativa vista como mais adequada é a manutenção da prisão domiciliar, por permitir resposta rápida em caso de emergência.
A ideia inicial entre integrantes do STF era enviar o ex-presidente a uma cela especial no Complexo da Papuda para sinalizar que não haveria privilégios após a condenação. Hoje, porém, o consenso pendula para a domiciliar, e discute-se apenas se haverá um breve período em cela especial antes de restabelecer a medida em casa, conforme eventual pedido da defesa. Pesou, também, o registro recente de um detento do 8 de Janeiro que morreu após passar mal na cadeia.
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No pano de fundo, está a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, definida em 11 de setembro pela Primeira Turma do STF — decisão ainda sujeita a recursos. O local definitivo de cumprimento da pena só será fixado após o trânsito em julgado.
Enquanto isso, Bolsonaro permanece em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por descumprir medidas cautelares impostas em inquérito sobre coação no curso do processo. O monitoramento na residência foi reforçado pelas autoridades.
No aspecto médico, além do histórico abdominal decorrente das sequelas da facada de 2018, exames recentes detectaram carcinoma espinocelular in situ (câncer de pele em estágio inicial). A recomendação hospitalar foi de acompanhamento periódico.
Tradução prática do momento: para o Supremo, saúde conta — e muito. A Papuda perde tração; a domiciliar se torna a via mais provável até que os recursos se esgotem e haja decisão final sobre o regime e o local de cumprimento de pena.
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