O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro recebeu um convite formal para participar da cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 20 de janeiro de 2025, em Washington. O convite foi enviado por e-mail pelo diretor-executivo do comitê de posse, Richard Walters, que se referiu a Bolsonaro como “presidente”.
Entretanto, Bolsonaro enfrenta um obstáculo significativo para comparecer ao evento: seu passaporte está retido por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A apreensão ocorreu em fevereiro de 2024, no âmbito da operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2023. Além disso, o ex-presidente está proibido de deixar o país e de manter contato com outros investigados.
Diante do convite, a defesa de Bolsonaro protocolou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitando a devolução do passaporte e autorização para a viagem aos Estados Unidos. No documento, os advogados se comprometem a informar previamente o itinerário e a data de retorno ao Brasil, além de cumprir eventuais restrições impostas pelo tribunal.
A decisão agora está nas mãos do STF, que anteriormente já negou recursos semelhantes apresentados pela defesa de Bolsonaro. Em outubro de 2024, a Primeira Turma do tribunal manteve, por unanimidade, a retenção do passaporte e a proibição de contato com outros investigados.
Enquanto aguarda a decisão judicial, Bolsonaro expressou publicamente seu desejo de comparecer à posse de Trump, reforçando os laços políticos e ideológicos que mantém com o presidente eleito dos EUA. Aliados do ex-presidente também se mobilizam; uma comitiva de cerca de 40 deputados federais planeja acompanhar Bolsonaro na viagem, caso a autorização seja concedida.
A expectativa é de que o STF se pronuncie sobre o pedido nos próximos dias, considerando a proximidade da cerimônia de posse nos Estados Unidos. A decisão poderá influenciar não apenas a participação de Bolsonaro no evento, mas também as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos no início do novo mandato de Donald Trump.