As perspectivas para a economia brasileira em 2025 sofreram uma piora significativa devido à ausência de uma âncora fiscal confiável, segundo o relatório mensal da corretora Monte Bravo. A análise destaca que a volatilidade nos mercados financeiros em 2024 foi exacerbada pela decisão do governo de alterar metas fiscais aprovadas anteriormente, afetando a credibilidade do arcabouço fiscal e mudando o cenário econômico.
A dívida pública brasileira aumentou de 71,7% do PIB em 2022 para 77,2% em 2024 e, segundo projeções, poderá atingir 87% em 2026. O relatório ressalta que a trajetória de alta da dívida e o elevado déficit primário, em um ambiente de crescimento econômico e arrecadação em alta, indicam que o desajuste nos gastos é estrutural.
Os analistas alertam que, sem medidas que sinalizem estabilidade da dívida pública, o Brasil poderá enfrentar dominância fiscal e uma crise econômica semelhante à de 2014-2016. Naquele período, o PIB brasileiro teve retração de 7,5%, o desemprego chegou a 13,7%, e a inflação (IPCA) atingiu 10,7%.
Para 2025, a projeção da Monte Bravo para o IPCA é de 6,20%, com pico de 7% no segundo trimestre, acima da expectativa de 4,96% do Relatório Focus. A taxa Selic também pode ultrapassar a projeção de 14,75% ao ano, alcançando 15,25%. A cotação do dólar, que atualmente está em R$ 5,96, pode chegar a R$ 6,35.