Nesta terça-feira (13/12), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal, para incluir a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no âmbito do chamado inquérito dos atos antidemocráticos, além de solicitar a desocupação do Palácio da Alvorada.
Na argumentação do parlamentar, a primeira-dama teria sido “uma das financiadoras dos atos, por supostamente atuar no fornecimento de alimentação aos bolsonaristas” que faziam vigília em frente a residência oficial do presidente da República.
Em vídeos que circularam nas redes nos últimos dias, um homem, que usava um rádio comunicador, aparecia entregando, em nome de Michelle, uma bandeja com comida a um grupo de pessoas que estava nos arredores da Alvorada. Em outra gravação, uma mulher agradecia à primeira-dama pelo gesto.
“Requer-se que seja apurada a conduta da Primeira-Dama, Michelle Bolsonaro, com seu eventual indiciamento para que seja investigada sua postura como, potencialmente, uma das financiadoras dos atos, por supostamente atuar no fornecimento de alimentação aos bolsonaristas – o que, naturalmente, possui muito mais uma conotação simbólica de apoio político aos atos antidemocráticos do que propriamente um suporte material ao seu estabelecimento; e, talvez, o apoio simbólico seja o mais importante nessas situações, na medida em que indicaria que os autoritários de plantão encontram respaldo nos próprios atuais residentes do Palácio”, escreve o senador no documento.
Randolfe também pede que sejam apurados os atos em Brasília, após a prisão do cacique José Acácio Serere Xavante.
Xavante é acusado de “condutas ilícitas em atos antidemocráticos”. A prisão foi solicitada ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo prazo de dez dias para garantir a ordem pública.
Conforme a decisão, o cacique Serere, como é conhecido, teria realizado nos últimos dias “manifestações de cunho antidemocrático” em frente do Congresso Nacional, no Aeroporto de Brasília, em um shopping e em frente ao hotel onde Lula está hospedado. Para a PGR, o cacique “vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas” para cometer crimes, como ameaças de agressão.