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PSOL já governou São Paulo – e a herança de Erundina não é boa

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A ex-prefeita e candidata a vice de Guilherme Boulos patrocinou o maior inchaço de funcionários da história da administração pública da cidade

Erundina, quando prefeita, governou isolada e só teve apoio da esquerda do PT – que depois fundaria o PSO

Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, faz questão de sempre citar sua colega de chapa, Luiza Erundina. Trata sua vice como se dela pudesse herdar uma experiência de conquistas e sucessos de quando ela esteve à frente da maior cidade do país. O tempo ajuda a edulcorar nossas lembranças, é humano. Mas para ajustar a memória de todos existem a história e seus fatos.

A ex-prefeita deixou como herança para seu colega de chapa – além do mais estupendo nível de rejeição a um prefeito em final de mandato – o maior inchaço de funcionários da história da administração pública da cidade.

Nos quatro anos que governou São Paulo, entre 1989 e 1992, Erundina teve apoio exclusivo e único da então esquerda do PT – aquela mesma que, junto com ela, pouco depois, com rumos incertos, sairia do partido e, entre poucas glórias,  fundaria o hoje iminente PSOL. Isso explica muito do isolamento sofrido.

Não foi por falta de gente vinda para compor forças e receber holerites. A máquina paulistana acolheu 26,3% a mais de servidores. Foram cerca de 30 mil contratados por concurso, algo até hoje insuperado – inclusive pelas posteriores gestões petistas. A conta chegou trinta anos depois, na forma de aposentadorias que não se pagam, em uma conta que não fecha.

Agora que Boulos, no segundo turno, tem mais tempo de exposição, suas ideias de governo vão ganhando contornos que só a luz dos debates e entrevistas proporciona. Em sabatina ao Estadão, o psolista afirmou que para a previdência municipal se equilibrar “tem que ter mais gente contribuindo, não só gente recebendo”. Uma pérola.

O candidato se desculpou, após ser massacrado pela matemática e o raciocínio lógico dos que apontaram quão estapafúrdia era sua visão sobre contas públicas. Ao ter de admitir o equívoco de sua proposta insustentável, deixou cair uma informação que, até então, seu eleitorado desconhecia.

Boulos admiitu que, sim, pretende contratar novos funcionários, deixando de lado a prioridade que há três gestões, de vários partidos, vem sendo dada a terceirizações e parcerias com organizações sociais e empresas privadas.

Tudo indica que a herança de Erundina pode se tornar um inventário doloroso ainda nesta reta final de campanha. Até domingo, muita gente vai ter tempo de fazer contas e tirar as próprias conclusões. Talvez até descubram que, de certa forma, o PSOL já governou São Paulo. E não se deu muito bem.

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