Em reunião da executiva nacional do PSB, realizada em 28 de maio, a cúpula dirigida pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, rejeitou a proposta de formação de federação partidária com o PT para as eleições gerais de 2026. A convergência, defendida nas últimas semanas por lideranças petistas como forma de ampliar a base de apoio ao governo Lula, foi considerada “improvável” pelos socialistas, que buscam manter autonomia em suas decisões eleitorais .
O instituto da federação, regulamentado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2021, obriga os partidos a apoiar as mesmas candidaturas em todas as disputas por quatro anos, o que, segundo o PSB, limitaria sua capacidade de atuar como alternativa de centro-esquerda. A ala paulista do partido, liderada pelo ex-governador Márcio França, defende o fortalecimento de uma identidade própria, distante das orientações petistas e mais alinhada ao posicionamento moderado que marcou a filiação de Alckmin ao PSB em 2022 .
Paralelamente, o PDT também rejeitou a ideia de federação para 2026. No Ceará, por exemplo, a direção local prefere apoiar candidaturas de oposição ao atual governador do PT, Elmano de Freitas, e até considera a possibilidade de lançar Ciro Gomes à Presidência, o que inviabiliza compromissos de longo prazo com o partido de Lula .
Enquanto isso, o PT já opera em federação com o PCdoB e o PV, o que confere maior musculatura ao bloco governista, mas também impõe uma disciplina eleitoral rígida aos seus membros. Com a recusa do PSB e do PDT, a legenda petista deverá intensificar negociações bilaterais e definir acordos pontuais capazes de atender às realidades regionais, sem abrir mão de seu núcleo de poder para 2026 .
A decisão do PSB de Alckmin sinaliza uma estratégia de diferenciação em relação ao PT e reforça o protagonismo que o partido pretende assumir na próxima temporada eleitoral. Resta agora observar como o governo federal e seus aliados reorganizarão a capilaridade política para manter palanques competitivos e evitar a dispersão do campo de centro-esquerda.
No DF, o PSB do ex-governador Rodrigo Rollemberg deverá seguir a mesma diretriz, haja visto que tem o ex-interventor da segurança pública, Ricardo Capelli em plena romaria na periferia do Brasília.
O Partido dos Trabalhadores ainda busca um nome que possa quebrar a sequência de vitórias de Ibaneis Rocha. O partido sofre com baixa popularidade de Lula e um histórico de corrupção no DF. É possível que o PT seja “escada” novamente e dará apoio ao ex distrital Leandro Grass que hoje encontra-se filiado ao PV.
Sobre o autor
Hamilton Silva é economista (UCB), pós-graduado em gestão financeira e jornalista há 13 anos como editor-chefe do Portal DFMobilidade, especializado em política e mobilidade urbana no Distrito Federal.
Participe e compartilhe suas opiniões em nossas redes sociais:
Facebook: https://www.facebook.com/dfmobilidade
Twitter: https://twitter.com/dfmobilidade
Instagram: https://www.instagram.com/dfmobilidade
Hamilton Silva