O preço do ovo subiu 19,44% na prévia da inflação de março em relação a fevereiro, segundo o IPCA-15, divulgado nesta quinta-feira (27) pelo IBGE. No acumulado do ano, a alta é de 25,88%.
A inflação de março foi puxada pelo setor de ‘Alimentação e Bebidas’. O IPCA-15 registrou alta de 0,64%, com destaque para aumentos do ovo, café e mamão. Veja detalhes na tabela abaixo:
Gasolina – 1,83%
Ovo de galinha – 19,44%
Café moído – 8,53%
Passagem aérea – 7,02%
Cinema, teatro e concertos – 7,42%
Tomate – 12,57%
Plano de saúde – 0,57%
Refeição – 0,62%
Mamão – 15,19%
Plano de telefonia móvel – 1,42%
Energia elétrica residencial – 0,43%
Empregado doméstico – 0,57% Detalhe: Itens/ Variação mensal (%)
Outro grupo que pesou no IPCA de março foi o de Transportes, que registrou avanço de 0,92%, influenciado pela alta dos combustíveis de 1,88%. Este grupo e o de Alimentação e bebidas corresponderam a mais de 60% do IPCA deste mês. Em contrapartida, os custos de Habitação tiveram desaceleração de 0,37%, algo substancial se comparado aos 4,34% em fevereiro, quando o desconto na conta de luz chegou ao fim.
Durante este mês, a energia elétrica teve uma elevação de 0,43%, ante 16,33% no período anterior. O grupo de Saúde e cuidados pessoais também desacelerou, especialmente pelo recuo dos serviços médicos e dentários, que foi de 1,08% ao mês para 0,62%.
O Cepea informa que a alta do preço em fevereiro provocou uma leve retração nas vendas no atacado, o que gerou pressão por descontos em algumas regiões, como o Espírito Santo.
Nos últimos 12 meses, o maior vilão foi o café, que encareceu 72,02%, seguido pelas carnes (acima de 20%) e chocolates (18,51%).
O Banco Central prevê inflação de 5,1% ao final de 2025, acima da meta de 3%, com chance de 70% de estouro do teto. Lula e Haddad já demonstraram preocupação com o aumento dos alimentos, fator que tem impactado negativamente a popularidade do governo.
Em nota, a ABPA destacou que os custos com embalagens subiram “mais de 100% nos últimos oito meses” e que as temperaturas recordes impactaram a produtividade das aves. O Cepea também aponta baixa disponibilidade de ovos para venda como fator determinante para a alta de preços.
Veja itens com as maiores altas acumuladas em 12 meses (%)
Café moído – 72,02%
Tangerina – 46,44%
Joia – 30,13%
Laranja-lima – 29,79%
Óleo de soja – 26,73%
Alho – 26,37%
Acém – 26,26%
Patinho – 23,51%
Abacate – 22,89%
Costela – 22,48%
Cigarro – 22,14%
Pá – 21,60%
Lagarto comum – 21,10%
Contrafilé – 21,09%
Filé-mignon – 20,87%
Carne de porco – 20,47%
Chã de dentro – 20,44%
Etanol – 19,94%
Músculo – 19,80%
Alcatra – 19,44%
Mamão – 18,61%
Chocolate em barra e bombom – 18,51%
Lagarto redondo – 17,89%
Peixe-dourada – 17,30%
Cupim – 17,20%
Carne de carneiro – 16,45%
Limão – 16,21%
Capa de filé – 16,13%
Peito – 15,66%
Açaí (emulsão) – 15,30%