O Palácio do Planalto já avalia transferir o comando da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ao grupo político do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UNIÃO-AP), no mesmo momento em que a estatal aguarda a liberação de um empréstimo de R$ 3,8 bilhões pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos BRICS e presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff.
O presidente da ECT, Fabiano Silva dos Santos, entregou sua carta de renúncia ao Palácio do Planalto na sexta-feira, 4 de julho de 2025, pressionado pela combinação de crise financeira e cobranças políticas internas. Em 2024, a empresa registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, valor quatro vezes superior ao do ano anterior.
Segundo fontes próximas ao Planalto, o financiamento de R$ 3,8 bilhões encontra-se em estágio avançado de tramitação e tem como objetivo reverter o cenário crítico da estatal, investindo em modernização logística, transição energética da frota e reestruturação administrativa.
A negociação para entregar a presidência dos Correios ao grupo de Alcolumbre ocorre num esforço do governo federal para fortalecer sua base de apoio no Congresso e atender exigências do Centrão em troca de estabilidade política.
Davi Samuel Alcolumbre Tobelem, 48 anos, natural de Macapá (AP), foi eleito senador em 2014 e exerce, para o biênio 2025–2026, a presidência do Senado Federal. Filiado ao União Brasil, ele articula espaços em estatais como moeda de troca para consolidar influência junto ao Planalto.
Até o momento, o Palácio do Planalto e o Ministério das Comunicações não se manifestaram oficialmente sobre o nome que assumirá interinamente a presidência da ECT. As definições devem ocorrer nas próximas semanas, acompanhadas de perto pelos principais partidos do Centrão.
Sobre o autor:
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do portal DFMobilidade.
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