PL entra em obstrução total e pressiona por anistia: “Não vamos recuar um milímetro”, diz Sóstenes Cavalcante

deputado Sóstenes Cavalcante - /EBC
deputado Sóstenes Cavalcante - /EBC

DFMOBILIDADE – 24/04/2025

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada do Partido Liberal na Câmara, anunciou nesta quinta-feira (24) que a legenda e aliados da oposição darão início a uma obstrução total dos trabalhos legislativos até que o projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro seja pautado. Em pronunciamento firme, Sóstenes afirmou que o partido “não vai recuar um milímetro” até que a urgência da matéria seja reconhecida pela presidência da Casa.

Durante sua fala, o parlamentar criticou a morosidade do processo, lamentando que, enquanto deputados discutem “em salas com ar-condicionado”, centenas de pessoas aguardam julgamento definitivo em condições precárias nos presídios brasileiros. “Estamos adiando uma decisão que deveria ter sido tomada há muito tempo. Há uma injustiça em curso que precisa ser reparada”, afirmou.

Segundo Sóstenes, o PL e outras legendas já reuniram as assinaturas necessárias para a inclusão da urgência da proposta na pauta da Câmara. Ele defendeu que a relatoria seja mantida com o deputado Rodrigo Valadares (UB-SE), relator da proposta na CCJ, e garantiu que o grupo já possui um esboço de texto “sintético e preciso”, focado exclusivamente nos acontecimentos de 8 de janeiro, com penas individualizadas e garantia do devido processo legal.

Ao justificar a nova etapa de obstrução, o líder liberal foi direto: “Chegamos ao nosso limite. A partir de hoje, apresentaremos todos os kits regimentais possíveis nas comissões e no plenário. A Câmara vai votar pouquíssimo enquanto não houver calendário definido.”

Sóstenes também rebateu críticas do governo federal e de seus aliados. “O líder do governo é contra qualquer anistia. Ele tenta desviar o foco da discussão, mas nosso objetivo é claro: justiça para quem está preso”, completou.

O parlamentar deixou claro que o PL não apoiará depredações ou violência, mas que há um exagero nas punições determinadas pelo Supremo Tribunal Federal. “Quem quebrou patrimônio deve responder, mas não por invencionices do STF que indignam a sociedade brasileira”, declarou.

A reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira, está prevista ainda para esta tarde. Sóstenes demonstrou otimismo com a possibilidade de avanço: “Se o relator for definido, apresentaremos nossa proposta imediatamente. E tenho certeza de que ela será aprovada com mais de 310 votos”.

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