Neste domingo (10), dezenove parlamentares brasileiros embarcaram para Washington. Eles são parte de uma comitiva liderada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo jornalista Paulo Figueiredo, com a finalidade de expor ao governo e à mídia dos Estados Unidos a crescente onda de autoritarismo judicial no Brasil.
A delegação se reunirá com cinco legisladores americanos do Partido Republicano, incluindo Christopher Smith e María Elvira Salazar. Adicionalmente, os legisladores participarão de uma coletiva de imprensa organizada por Smith, que contará com declarações de Gustavo Gayer, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo.
Os eventos discutirão tópicos como a crise da “liberdade de imprensa” e “de expressão” no Brasil e a violação do “devido processo legal”, focando nas prisões ocorridas em 8 de janeiro e na censura e assédio aos jornalistas.
A viagem prosseguiu apesar de uma audiência agendada para terça-feira (12) na Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos ter sido impedida unicamente por Jim McGovern, congressista do Partido Democrata. A comissão bipartidária é co-presidida por McGovern e Christopher Smith, que estendeu o convite aos legisladores brasileiros. A audiência estava planejada sob o título “Brasil: Uma Crise de Democracia, Liberdade e Estado de Direito?”, e havia um consenso para a sua condução até a quinta-feira (7), quando McGovern optou por impedi-la.
McGovern é conhecido por sua postura indulgente com governos autoritários da América Latina. Em 2021, por exemplo, ele redigiu uma carta ao presidente Joe Biden solicitando que todas as sanções aplicadas à ditadura venezuelana pelo ex-presidente Donald Trump fossem suspensas.
Apesar do impedimento da audiência, parlamentares do Brasil mantiveram a viagem e estarão presentes nas reuniões com as autoridades dos EUA e nas discussões com a mídia. Na manhã de domingo, a deputada Bia Kicis (PL-DF) compartilhou um vídeo do avião a caminho dos Estados Unidos.
“Estou dentro do avião rumo a Washington, onde, junto com uma grande delegação, com vários parlamentares – Eduardo Bolsonaro, Gustavo Gayer, Paulo Bilinsky, Coronel Crisóstomo, André Fernandes, Marcel van Hattem e muitos outros, junto com jornalistas como Paulo Figueiredo e muitas pessoas, inclusive exilados do Brasil –, estaremos para denunciar as perseguições políticas que estão ocorrendo no Brasil, com jornalistas, parlamentares, os presos políticos, o caso do presidente Bolsonaro, também – são tantos casos –, e nós estaremos lá denunciando para falar à imprensa americana também”, afirmou. As informações são da Gazeta do Povo.