Oposição interrompe recesso e radicaliza… mais um capítulo da crise institucional brasileira

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A bancada de oposição no Congresso Nacional decidiu suspender o recesso parlamentar para articular um novo pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em meio a acusações de interferência indevida em assuntos que teriam favorecido interesses privados — uma ofensiva que acirra ainda mais o clima político no Brasil às vésperas de 2026.

Em comunicado oficial, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), anunciou que a pausa nas atividades — cujo retorno estava previsto apenas para fevereiro após o encerramento dos trabalhos em 19 de dezembro — será interrompida para dar sequência ao pedido de destituição de Moraes. A coletiva de imprensa foi marcada para segunda-feira (29) no plenário da Câmara em Brasília.

Segundo a oposição, a medida se justifica diante do que consideram um “absurdo institucional”, afirmando que não se pode permanecer inerte diante de alegadas condutas que ferem o equilíbrio entre os poderes e a confiança nas instituições democráticas.

O novo pedido de impeachment tramita com base em supostas irregularidades envolvendo o ministro e o caso do Banco Master, envolvendo contatos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que teriam extrapolado a esfera de função e configurado “advocacia administrativa”, segundo a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), responsável por protocolar o documento no Senado na terça-feira passada.

Moraes, por sua vez, negou que tenha tratado de qualquer assunto relacionado ao banco, esclarecendo que os encontros se limitaram a discussões sobre a Lei Magnitsky — legislação de combate à corrupção — sem contatos sobre os interesses empresariais envolvidos no caso Master.

Além da articulação na Câmara, o senador Magno Malta (PL-ES) também enviou ofício ao presidente do Congresso pedindo não apenas a suspensão do recesso, mas a apuração pública dos fatos sob a perspectiva da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), reforçando o apelo por transparência e fiscalização.

O episódio ocorre em um momento de intensificação do embate entre poderes no Brasil, com relações entre o Congresso e o Supremo já tensas nos últimos meses e episódios anteriores de confrontos diretos envolvendo autoridade judicial e setores políticos contrários à atuação da Corte. A resposta formal do Senado ao pedido de impeachment de Moraes ainda é aguardada, e cabe à Casa decidir se admite a abertura de processo contra o ministro — uma medida histórica, dado que nunca houve impeachment de um ministro do STF no país.

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