O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, disse que a operação realizada pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (25), contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), é “uma perseguição” à sigla por causa da presença do ex-presidente Jair Bolsonaro em seus quadros. A declaração foi dada por Valdemar ao blog da jornalista Andréia Sadi, do Grupo Globo.
“Isso está claro, a perseguição que estão fazendo no PL por causa do Bolsonaro. Isso é uma perseguição” declarou.
Ramagem é o segundo deputado do PL a ser alvo da PF no intervalo de exatamente uma semana. Na quinta-feira passada (18), a corporação realizou uma operação contra o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), em uma investigação sobre um suposto envolvimento dele nos atos de 8 de janeiro.
Agentes da PF cumprem mandados em endereços ligados a pessoas que seriam suspeitas de participar de um suposto esquema na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar, de maneira ilegal, autoridades públicas e cidadãos comuns. Um dos alvos da ação é Alexandre Ramagem.
Ao todo, a PF cumpre 21 mandados de busca e apreensão. São 18 em Brasília (DF), um em Juiz de Fora (MG), um em São João del Rei (MG) e um no Rio de Janeiro. A ação desta quinta foi batizada de Vigilância Aproximada e é um desdobramento da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta FirstMile.
De acordo com a GloboNews, há buscas sendo conduzidas no gabinete do deputado Ramagem e no apartamento funcional da Câmara que atualmente é ocupado por ele. O parlamentar foi diretor-geral da Abin entre novembro de 2019 e março de 2022, quando deixou o órgão para concorrer nas eleições em que acabou conquistando uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Segundo a PF, além das buscas, há outras medidas alternativas à prisão sendo cumpridas, incluindo a suspensão imediata de sete policiais federais que estariam supostamente envolvidos no monitoramento ilegal. Em nota, a corporação disse ainda que os supostos envolvidos teriam criado “uma estrutura paralela na Abin”.
“[O grupo investigado] utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal” declarou a PF.
A Polícia Federal informou que os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
*PN