O tabuleiro internacional não perdoa distrações. Os Estados Unidos preparam um míssil direcionado ao coração do sistema financeiro brasileiro: punição ao Banco do Brasil, contestação da tarifa de 50% e sanções sobre importações ligadas à Rússia. Fontes em Washington falam em medidas iminentes, e aqui a palavra não é retórica — é aviso de ataque.
No campo do agronegócio, a ofensiva é brutal. O lobby americano acusa o Brasil de competitividade forjada em desmatamento ilegal e trabalho escravo, exigindo o fechamento total do mercado aos nossos produtos. O objetivo é claro como a lâmina de Sun Tzu: cortar o adversário pela raiz e ocupar seu espaço na China.
As big techs completam o cerco, reclamando da regulação (censura) e da carga tributária brasileiras. É uma guerra multifronte: finanças, agro e tecnologia. E, no centro, um governo que insiste em respostas frágeis, repetindo argumentos que se dissolvem como fumaça diante da pressão internacional. Maquiavel já alertava: quem não domina a narrativa, vira refém dela.
Enquanto Brasília ensaia discursos defensivos e até diversionista, a confiança no Banco do Brasil é contaminada pela narrativa governista, o agro vê portas se fecharem e o sistema bancário se aproxima de um abismo silencioso ou mesmo de um colapso caso ameaças se concretizem. O “fator Trump” pode até mudar os rumos, mas a simples incerteza já é corrosiva. Na guerra econômica, o medo é arma tão letal quanto a bala.
A forma como os ministros do STF julgarem Bolsonaro vai ditar as reações de Trump que parece não flertar, mas há rumores de que os supremos ministros ainda buscam “uma terceira via” que não seja a condenação ou absolvição.
O Brasil, hoje, parece um exército marchando desarmado e atabalhoado para a batalha que já sabe o resultado. E, nesse cenário, a ingenuidade não é apenas erro: é sentença.
— Hamilton Silva
Editor-chefe do DFMobilidade
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