O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu nesta quarta-feira (28) a tributação progressiva como tema central para a construção de um mundo mais justo e propôs uma tributação mínima global sobre a riqueza como “terceiro pilar” para a cooperação tributária internacional.
Em sua participação virtual no painel “O papel político-econômico na abordagem das desigualdades: experiências nacionais e cooperação internacional”, do G20, Haddad destacou que a pobreza e a desigualdade precisam ser enfrentadas como desafios globais.
“Não podemos negar que a pobreza e a desigualdade são desafios que transcendem as fronteiras nacionais. Em um mundo cada vez mais interconectado, precisamos enfrentar esses problemas de forma global, sob o risco de ampliar crises humanitárias e migratórias”, afirmou Haddad.
O ministro também ressaltou que a crise da globalização não possui vencedores, destacando a necessidade de cooperação entre países ricos e pobres para enfrentar os desafios econômicos e sociais emergentes. Ele alertou que soluções exclusivamente nacionais não são suficientes diante da crescente mobilidade do trabalho e do capital.
“Embora, como disse, os países mais pobres paguem um preço proporcionalmente mais alto, seria uma ilusão pensar que países ricos podem dar as costas para o mundo e focar apenas em soluções nacionais. Em um mundo no qual trabalho e capital são cada vez mais móveis, pobreza e desigualdade precisam ser enfrentadas como desafios globais, sob a pena da ampliação das crises humanitárias e imigratórias”, defendeu Haddad.
A participação de Haddad na reunião do G20 foi virtual devido ao diagnóstico positivo para Covid-19. Apesar do contratempo, o ministro está em boas condições de saúde e continuará participando das atividades do G20 de forma remota, aguardando novos testes para uma possível liberação presencial nas próximas etapas da agenda em São Paulo.
*GB