Dados inéditos do monitoramento da Eco-Counter Brasil revelam que as duas ciclovias mais movimentadas do país estão em Niterói (RJ). A via da Avenida Marquês do Paraná registrou a passagem de 1.526.807 ciclistas entre 24 de março de 2024 e 24 de março de 2025, seguida de perto pela ciclovia da Avenida Roberto Silveira, com 1.474.104 usuários no mesmo período. As duas superam, portanto, a histórica ciclovia da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, que contabilizou 1.192.711 ciclistas no último ano.
Inaugurada em 2024, a ciclovia da Marquês do Paraná conecta o bairro de Icaraí ao Centro de Niterói, tornando-se um eixo fundamental para deslocamentos diários e lazer. Já a Roberto Silveira, estabelecida há mais tempo, viu sua média diária saltar de cerca de 900 bicicletas em 2015 para mais de 8 mil por dia atualmente, segundo Filipe Simões, coordenador do projeto Niterói de Bicicleta.
O crescimento exponencial reflete uma política pública estratégica. Em 2013, Niterói contava com apenas 10 km de malha cicloviária; hoje, já são 86 km de vias dedicadas. O Plano Cicloviário Participativo, desenvolvido em parceria com a Associação Transporte Ativo, estabeleceu metas claras: ampliação e requalificação de ciclovias, instalação de novos bicicletários e paraciclos, implementação de sistema de bicicletas compartilhadas e campanhas educativas contínuas.
“A ciclovia de Niterói é a mais movimentada do Brasil sem dúvida. O sistema de contagem é igual ao da Faria Lima. Foi uma grande conquista pra gente e mostra que estamos no caminho certo”, comemora Simões. Complementando, Luiz Saldanha, diretor executivo da Aliança Bike, destaca: “Eles tiraram 22 vagas de carro para criar 400 vagas de bicicleta no Bicicletário Araribóia e passaram a planejar túneis com faixa cicloviária, como no Jardim Oceânico. É um exemplo a ser seguido.”
Especialistas ouvidos reconhecem a eficiência do modelo niteroiense e recomendam sua reprodução em outras cidades brasileiras. A aposta em infraestrutura segura e integrada tem se mostrado não apenas um estímulo ao modal ativo, mas também um instrumento de diminuição de emissões e de promoção de saúde pública.
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