A empresária Thaisa Hoffmann Jonasson compareceu nesta quinta-feira (23) à CPMI do INSS amparada por habeas corpus e optou por permanecer em silêncio diante da maioria das perguntas, inclusive quando questionada pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) se teria qualquer relação de parentesco com a ministra Gleisi Hoffmann. O silêncio alimentou a especulação política, mas a assessoria da ministra negou oficialmente qualquer vínculo familiar.
Na oitiva, o relator Alfredo Gaspar enfatizou suspeitas de movimentações financeiras ligadas a empresas em nome de Thaisa — cenário que, segundo senadores, pode indicar uso de “laranja” em esquema de desvio contra aposentados. Thaisa afirmou que apresentaria documentos “nos autos”, mas não exibiu comprovações durante a sessão.
O ponto político do dia foi a tentativa de colar em Gleisi uma narrativa de parentesco por homonímia. A própria base governista correu para esvaziar o boato, registrando em plenário e em notas públicas que não há qualquer relação familiar. Em resumo: na CPMI, a depoente se calou; fora dela, a assessoria de Gleisi falou — e negou.
Enquanto o esclarecimento sobre as supostas fraudes avança (ou empaca) entre HC e negativas, o que fica para o contribuinte é a imagem de uma comissão tentando puxar o fio da meada de empresas, consultorias e um ex-procurador-geral do INSS citado em negociações milionárias — tema que seguirá no radar do Congresso.
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Hamilton Silva
