O ex-ministro da Justiça e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro, qualificou nesta sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “lacaio de Putin” ao comentar a declaração final da cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro. Em publicação na rede social X, Moro afirmou que o documento condena “um ataque feito pela Ucrânia à Rússia”, mas omite qualquer referência “aos milhares de ataques de mísseis e drones feitos pela Rússia contra alvos civis na Ucrânia”.
A declaração final da cúpula, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, condena genericamente “todas as ações unilaterais que violem a Carta das Nações Unidas”, sem citar especificamente os bombardeios russos ou os ataques ucranianos. Segundo Moro, essa omissão reforça a dependência do governo brasileiro em relação ao Kremlin, sobretudo após a recente assinatura de acordos bilaterais e o alinhamento estratégico de Brasília no bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Itamaraty reiterou que o texto reflete apenas o consenso entre os cinco países-membros, cujo objetivo principal é estimular o diálogo econômico e político sem interferência em disputas militares externas. Até o momento, o Planalto não se manifestou sobre as críticas de Sergio Moro.
Analistas políticos consultados por DFMobilidade avaliam que o ataque de Moro faz parte de sua estratégia eleitoral de distanciamento do atual governo federal, buscando capitalizar o descontentamento de parcela do eleitorado com a política externa lulista. Especialistas também ressaltam que a falta de referência direta aos ataques russos pode ter sido um artifício diplomático para preservar o acordo de cooperação energética e comercial que o Brasil mantém com Moscou.
A repercussão do episódio tende a se estender às redes sociais e ao ambiente parlamentar, onde aliados de Moro poderão explorar o tema como exemplo de “subserviência” do Executivo brasileiro. Resta agora observar se o Palácio do Planalto reagirá de forma contundente às acusações de “lacaio de Putin” ou manterá a postura de neutralidade em relação ao desdobramento político do debate.
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