O Ministério Público da Argentina autorizou nesta quarta-feira (2) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a visitar a ex-presidente Cristina Kirchner em sua prisão domiciliar na província de Santa Fé. A decisão, proferida pelo Tribunal nº 2 de Buenos Aires, atende ao pedido formulado pelo advogado Alberto Beraldi, que alegou “solidariedade institucional” e a necessidade de reforçar laços históricos entre os governos peronistas .
De acordo com o despacho judicial, o encontro está marcado para quinta-feira (3), sem previsão de reunião bilateral com o presidente Javier Milei. Fontes do jornal La Nación informam que as autoridades mantiveram em sigilo detalhes de segurança do encontro para evitar aglomerações de simpatizantes de ambos os lados .
Cristina Kirchner cumpre pena de seis anos de prisão domiciliar após condenação por corrupção no caso “Vialidad”, relativo ao desvio de verbas em obras públicas na Patagônia. A Suprema Corte da Argentina confirmou a sentença em 10 de junho, rejeitando por unanimidade todos os recursos apresentados pela defesa .
Entre as condições impostas, a ex-presidente só pode receber visitas extraordinárias mediante autorização judicial prévia, excetuando-se familiares, advogados e profissionais de saúde. Em sua manifestação, o Ministério Público considerou que a visita de Lula não fere o protocolo de cumprimento de pena e está plenamente amparada pelos direitos garantidos ao detento .
Para o Partido dos Trabalhadores, Cristina Kirchner é “vítima de perseguição político-judicial”. Nos bastidores, analistas apontam que o gesto reforça a estratégia de aproximação regional do Brasil, ainda que o governo argentino traverse um momento de forte polarização interna .
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