Militantes da Frente Povo Sem Medo ocuparam, na manhã desta quinta-feira (3), o edifício Faria Lima 3500, sede do banco de investimentos Itaú BBA, em São Paulo. O protesto, que reuniu cerca de 300 pessoas, teve início por volta das 9h e transcorreu de forma pacífica, com manifestantes entrando no saguão do prédio para reivindicar mudanças na estrutura tributária brasileira .
Com faixas estampadas com mensagens como “O povo não vai pagar a conta” e “Taxação dos super-ricos já”, o grupo cobrou a inclusão dos milionários na base de cálculo do Imposto de Renda e a isenção para quem aufere até R$ 5 000 mensais. Em nota oficial, a Frente Povo Sem Medo destacou que “já passou da hora de taxar os super-ricos e isentar quem ganha até R$ 5 000 de imposto de renda. O povo vai cobrar nas ruas” .
Para os organizadores, a escolha do Faria Lima 3500 — adquirido por cerca de R$ 1,5 bilhão em janeiro de 2024 — foi emblemática. “Não é somente uma ação simbólica, é uma denúncia clara: os donos do Itaú, que compraram esse prédio por R$ 1,5 bilhão, pagam menos imposto que a maioria esmagadora do nosso povo, que luta para pagar aluguel e comer”, afirmou a Frente .
O ato ocorre em meio ao recrudescimento do debate sobre a segunda etapa da reforma tributária no Congresso Nacional. Segundo estudo da EBC, pessoas com rendimento mensal superior a R$ 5 milhões chegam a pagar apenas 5,67% de alíquota efetiva de IR, enquanto a proposta em análise prevê alíquotas escalonadas de até 10% para quem aufere mais de R$ 1,2 milhão ao ano . O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, ressalta que a isenção para até R$ 5 000 e o imposto mínimo para milionários gozam de alta aprovação popular e que “não há injustiça maior do que um milionário pagar um quarto do imposto que uma professora paga” .
Até o fechamento desta edição, o Itaú BBA não havia divulgado posicionamento oficial sobre a ocupação. A Frente Povo Sem Medo já convocou nova mobilização para o dia 10 de julho, na Avenida Paulista, com o objetivo de pressionar parlamentares a avançarem na reforma do IR.
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