A ex-primeira-dama e dirigente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, formalizou seu pedido de afastamento das atividades partidárias para cuidar da saúde. O Partido Liberal (PL) anunciou a decisão nesta segunda-feira (8/12), resultando no adiamento do encontro do núcleo nacional do PL Mulher, que estava marcado para este mês no Rio de Janeiro e agora foi remarcado para 2026.
Desgaste emocional e crise política
De acordo com a nota oficial da legenda, Michelle vinha enfrentando “alterações em sua saúde” que estariam ligadas ao desgaste emocional e físico. O partido atribuiu essa situação às “tensões envolvendo a prisão” do ex-presidente Jair Bolsonaro, e alegou que a imunidade da ex-primeira-dama teria sido afetada pelas “constantes injustiças” dirigidas a ela e à sua família.
Projeto de longo prazo do PL Mulher
Michelle Bolsonaro assumiu a presidência nacional do PL Mulher em meados de 2025, com o objetivo de estruturar a base feminina da legenda e preparar um projeto de longo prazo.
Sob sua liderança, o PL Mulher havia planejado uma série de viagens e eventos pelo país, com uma previsão de utilizar mensalmente cerca de R$ 860 mil do fundo partidário para despesas e articulações. Com o afastamento, essas articulações serão posteriores, o que pode desacelerar a construção de uma estrutura feminina forte na sigla. Este momento é importante, já que o PL tenta se reorganizar internamente diante de crises políticas e judiciais.
Contexto eleitoral e tensões internas
A ausência momentânea de Michelle se dá em um cenário pré-eleitoral, considerando o contexto de 2026. Seu afastamento pode abrir espaço para disputas internas ou até mesmo indicar uma reconfiguração do protagonismo feminino dentro do PL.
O episódio mais recente que evidenciou as tensões internas no partido ocorreu quando o PL suspendeu as articulações de apoio ao pré-candidato Ciro Gomes no Ceará, após críticas públicas da ex-primeira-dama.
Em uma reunião com deputados da bancada, Michelle chegou a se emocionar, pedindo que o partido não antecipasse decisões sobre 2026, argumentando que o momento exige cautela devido à situação de sua família. Embora tenha afirmado que “não quer ser presidente”, Michelle vinha mantendo seu foco no fortalecimento da militância feminina e na formação de novas lideranças dentro da sigla.
A ex-primeira-dama ainda não decidiu se vai concorrer ao Senado pelo DF.




