O presidente Lula embarcou neste sábado para Roma, onde participará da abertura do Fórum Mundial da Alimentação na segunda-feira, evento organizado pela FAO e usado como palco para reforçar sua imagem internacional. Paralelamente, ele liderará a reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome, iniciativa idealizada pelo Brasil no G20, com metas ambiciosas de erradicar a fome e a pobreza, embora sem garantia de resultados concretos.
A Aliança já reúne cerca de 200 membros e aposta em instrumentos como a Iniciativa de Implementação Acelerada para atuar em países como Etiópia, Haiti e Zâmbia. O gesto diplomaticamente vistoso, no entanto, não exime o governo de enfrentar a realidade doméstica: promover fórmulas globais é louvável, mas fingir que discursos no exterior compensam falhas internas de segurança alimentar e desigualdade seria um erro.
A programação inclui também a inauguração do secretariado da Aliança em Roma e Brasília, além da comemoração dos 80 anos da FAO. De volta ao Brasil no mesmo dia, Lula tenta reafirmar o protagonismo diplomático, embora ainda falte transformar o simbolismo internacional em resultados reais para milhões de brasileiros que continuam enfrentando fome e insegurança alimentar.