Lula embarca para cúpula do g7 em meio a críticas sobre prioridades nacionais

Foto: Ricardo Stuckert / PR
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quarta-feira, em telefonema com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, sua ida à 51.ª Cúpula do G7, que será realizada de 15 a 17 de junho de 2025 em Kananaskis, Alberta, Canadá . Trata-se de mais uma viagem internacional no terceiro mandato de Lula — já foram registradas 35 visitas a 35 países — num momento em que o governo argumenta buscar maior protagonismo em pautas globais como segurança energética e inteligência artificial.

Segundo levantamento obtido via Lei de Acesso à Informação, as viagens presidenciais de Lula custaram mais de R$ 50 milhões aos cofres públicos entre janeiro de 2023 e maio de 2025, incluindo hospedagem e despesas logísticas . A soma impressiona ao considerar que, somente em hospedagem, foram desembolsados R$ 47 milhões, enquanto despesas com equipamentos e comunicações no exterior superaram US$ 599,8 mil (aproximadamente R$ 3,35 milhões).

O gasto elevado ocorre num momento em que a economia brasileira ainda convive com inflação de 5,32% em doze meses até maio, bem acima da meta de 3% ±1,5% estabelecida pelo Banco Central, e sob ajustes fiscais que limitam investimentos em saúde, educação e segurança pública . Enquanto isso, servidores públicos enfrentam congelamento salarial e famílias questionam a contrapartida social de missões internacionais.

Na agenda externa, Lula chegou a solicitar ao presidente francês Emmanuel Macron apoio à conclusão do acordo Mercosul-União Europeia durante visita a Paris, mas sem perspectiva clara de avanço concreto na tramitação . No G7, o Brasil participará como convidado, sem direito a voto nas decisões centrais, o que reforça dúvidas sobre o peso real do país nas discussões e os benefícios diretos para a população.

Em suma, a nova viagem presidencial coloca em evidência o contraste entre as ambições diplomáticas de Lula e as carências orçamentárias internas. Resta saber se a repercussão internacional compensará os custos e se o retorno político-econômico justificará o dispêndio.


sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do portal DFMobilidade.

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