Lula e Trump no mesmo jantar? Não aconteceu e nem vai acontecer
A diplomacia tem seus momentos de delírio, e o empresário Mário Garnero parece querer entrar para a história ao tentar promover um jantar entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que supostamente aconteceria hoje, 17 de fevereiro. A possibilidade desse encontro foi divulgada no dia 30 de janeiro, gerando especulações e expectativas entre aqueles que ainda acreditam que um prato de comida pode apagar diferenças ideológicas irreconciliáveis. Mas a realidade é implacável: esse jantar não aconteceu e nem vai acontecer.
A ideia de reunir os dois à mesa já era absurda desde o início. De um lado, Trump, agora presidente dos Estados Unidos pela segunda vez, um dos maiores aliados de Israel e crítico implacável do terrorismo islâmico. Do outro, Lula, que comparou Israel ao Holocausto e se colocou claramente ao lado do Hamas no conflito da Faixa de Gaza. Um embate diplomático inevitável que nenhuma garfada de filé mignon conseguiria suavizar.
E não para por aí. Trump é o ícone máximo do capitalismo agressivo, defensor do protecionismo americano, enquanto Lula segue a velha cartilha da esquerda estatista e amiga de ditaduras latino-americanas. Trump endureceu sanções contra Venezuela e manda recado aos globalistas europeus ; Lula visita elogia e defende Irã e Hamas. Trump quer isolar regimes autoritários; Lula os convida para cúpulas e reuniões. O que exatamente eles teriam para conversar além de desavenças?
Se esse jantar tivesse alguma chance de acontecer, já teríamos visto algum sinal concreto disso nas agendas dos envolvidos. Mas Trump está governando os Estados Unidos com muitos problemas e tem mantido uma agenda lotada de compromissos presidenciais e encontros estratégicos. Lula, por sua vez, segue em sua cruzada globalista, reforçando laços com líderes da esquerda internacional e assumindo posições que afastam o Brasil de aliados históricos.
O fato de que, desde o dia 30 de janeiro, ninguém confirmou oficialmente esse encontro já era um indicativo claro de que ele jamais passaria de um devaneio diplomático de Garnero. O empresário pode ter boas intenções, mas parece não perceber que o mundo político de hoje é muito mais polarizado do que em tempos passados. O Lula de 2003 até poderia sentar-se com Bush para discutir negócios. O Lula de 2024, atolado em narrativas ideológicas, e o Trump que voltou à Casa Branca com mais gana e determinação em defesa da direita americana, jamais dividiriam uma refeição sem que um saísse chutando a mesa.
Senador dos EUA, Steve Daines se encontrou no último dia 14/2 com Alckmin e diz que Trump “mandou um abraço”. O único e despretensioso sinal de proximidade.
Se Garnero ainda sonha com grandes encontros diplomáticos, talvez fosse mais realista organizar um jantar entre Lula e Maduro. Ops, Maduro anda meio bravo com Lula nao é mesmo? Tá difícil achar quem pague um jantar!
Essa manchete não foi considerada Fake News. Por que mesmo?