Em 21 de julho de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou em seu perfil oficial no X (antigo Twitter) uma série de mensagens em que classificou as práticas da extrema-direita internacional como um “novo Dissenso de Washington” e apontou as principais ameaças ao regime democrático .
No trecho principal do tuíte, Lula afirma:
“A extrema direita organizada internacionalmente oferece um novo Consenso de Washington (ou melhor, um novo Dissenso de Washington): antidemocrático, negacionista e intervencionista.
Os inimigos da democracia não recorrem mais à diplomacia dos tanques e das canhoneiras. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Promovem uma guerra cultural. Utilizam o comércio como instrumento de coerção e chantagem. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. Solapam a solidariedade entre as nações.”
Segundo reportagem do Poder360, as críticas reiteram o discurso proferido por Lula durante o encontro “Democracia Sempre”, em Santiago, organizado pelo presidente do Chile, Gabriel Boric, reforçando a urgência de regulamentação das redes sociais e de combate à desinformação .
O termo Consenso de Washington foi cunhado em 1989 pelo economista John Williamson, em estudo publicado pelo Instituto de Economia Internacional, para designar um conjunto de dez prescrições de políticas macroeconômicas — entre elas disciplina fiscal, abertura comercial, liberalização financeira e privatizações — defendidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Departamento do Tesouro dos EUA . Ao rebatê-lo como “Dissenso de Washington”, o presidente sugere que o atual movimento de extrema-direita repudia o ordenamento democrático clássico, substituindo tanques e canhoneiras por operações de manipulação digital e retórica de medo.
A crítica de Lula ganha força diante de recentes medidas do governo norte-americano, como a imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, interpretada por ele como exemplo claro desse “instrumento de chantagem” econômico . Para o presidente, não basta apenas combater a força bruta: é preciso avançar na regulação das plataformas digitais, de modo que “o que é crime na vida real seja crime na vida digital”.
Com o conceito de “Dissenso de Washington”, Lula conclama a sociedade civil, os legisladores e a comunidade internacional a identificar e enfrentar essas novas estratégias autoritárias, reforçando um pacto global em defesa das instituições democráticas.
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