Em reação à revogação dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo governo de Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou, às pressas, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para uma reunião emergencial neste sábado (19/7), no Palácio da Alvorada .
Em nota divulgada horas antes do encontro, Lula classificou a medida de “inaceitável”, fruto de uma tentativa de intimidação contra a Corte Suprema brasileira, e definiu a ação como “arbitrária e completamente sem fundamento” . O chanceler e o chefe de Estado debateram, durante cerca de uma hora, a participação do presidente na cúpula “Democracia sempre”, marcada para 21 de julho em Santiago, no Chile .
Organizado pelo presidente chileno Gabriel Boric, o encontro reunirá os chefes de Estado da Colômbia, Gustavo Petro; do Uruguai, Yamandú Orsi; e o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez. Segundo a Presidência chilena, o objetivo do evento é “avançar em uma posição compartilhada em favor do multilateralismo, da democracia e da cooperação global baseada na justiça social” .
De acordo com o Palácio do Planalto, as discussões na cúpula serão estruturadas em torno de três eixos centrais: defesa da democracia e do multilateralismo; combate às desigualdades; e tecnologias digitais e enfrentamento à desinformação . O embarque de Lula para Santiago está previsto para este domingo (20/7), antecedendo sua participação na 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York.
A crise diplomática teve início após o governo Trump anunciar uma tarifa de 50 % sobre produtos brasileiros importados a partir de 1º de agosto, em retaliação à ação penal movida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em resposta, Lula ameaçou adotar a Lei da Reciprocidade Econômica como contramedida caso as negociações para evitar o “tarifaço” não avancem .
A convocação de última hora do ministro das Relações Exteriores reflete o esforço do Planalto para conter o agravamento do conflito bilateral e garantir uma posição consolidada durante o fórum internacional. Analistas ressaltam que a escalada pode afetar acordos comerciais e a reputação do Brasil no cenário global.
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