O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (9) após o anúncio, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA .
A medida foi oficializada em carta enviada a Brasília, na qual Trump atribuiu a decisão, em parte, ao que chamou de “ataques insidiosos às Eleições Livres e aos direitos fundamentais de livre expressão dos americanos” . A alíquota será aplicada a partir de 1º de agosto de 2025 e representa um aumento cinco vezes superior à cobrança de 10% em vigor desde abril deste ano .
Em reação, o Ministério das Relações Exteriores convocou o chargé d’affaires da embaixada dos Estados Unidos em Brasília para prestar esclarecimentos sobre as declarações americanas e demonstrar “profundo desapontamento” com o teor político da medida .
Ainda nesta quarta, assessores presidenciais confirmaram a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin; e do chanceler Mauro Vieira, que avaliaram encaminhamentos junto à Organização Mundial do Comércio para contestar a tarifa .
Poucos dias antes, ao encerrar a 17ª cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, Lula havia reagido às ameaças de nova rodada de tarifas ao bloco: “O mundo mudou. Não queremos um imperador”, declarou ao se referir às posições adotadas por Trump .
O anúncio gerou forte pressão sobre o câmbio: o real recuou mais de 2% frente ao dólar após a divulgação da carta presidencial, refletindo apreensão dos investidores quanto ao impacto sobre setores-chave como agronegócio, aeronáutica e manufaturas de alto valor agregado .
No encontro de emergência, definiu-se a elaboração de uma “resposta diplomática coordenada”, com prazo até o fim de julho para a apresentação de uma contraprova técnica na OMC e avaliação de possíveis medidas de retaliação, seguindo o princípio da reciprocidade comercial.
A reunião expõe não apenas um novo capítulo na escalada da guerra tarifária dos EUA, mas também testa a capacidade do governo federal em articular soluções que preservem a competitividade externa do Brasil sem ceder a pressões políticas estrangeiras.
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