Lula convoca rede nacional para rebater ‘tarifaço’ de Trump

Foto: Ricardo Stuckert / PR
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que fará um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão entre esta quinta-feira (10) e sexta-feira (11) para responder diretamente à decisão do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para aquele país .

De acordo com o secretário de Comunicação do Palácio do Planalto, Sidônio Palmeira, os últimos ajustes na fala presidencial estão sendo finalizados nesta manhã, de modo a reforçar os pilares da soberania nacional e da aplicação recíproca de medidas comerciais .

Na última quarta-feira (9), Trump publicou em sua rede Truth Social carta endereçada a Lula na qual justificou o “tarifaço” de 50%, que entrará em vigor em 1.º de agosto de 2025, alegando suposto déficit comercial dos EUA com o Brasil e criticando decisões do Supremo Tribunal Federal relativas a plataformas digitais americanas . No documento, Trump afirmou que, caso o Brasil execute represálias tarifárias, o percentual anunciado será adicionado ao eventual valor retaliatório .

Em resposta imediata, o presidente brasileiro publicou nota em seu perfil na rede X (antigo Twitter), defendendo que “o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém” e anunciando que qualquer medida unilateral de elevação de tarifas será respondida com base na Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril deste ano . A norma autoriza o Executivo, em coordenação com o setor privado, a adotar contramedidas como suspensão de concessões comerciais, restrições a importações e suspensão de direitos de propriedade intelectual .

Conforme divulgado pela Agência Brasil, na noite de quarta (9) Lula coordenou reunião de emergência no Palácio do Planalto, com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom), além do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin . O Itamaraty também convocou o encarregado de negócios dos EUA em Brasília para consultas formais, em resposta ao teor da carta de Trump.

O pronunciamento em rede nacional deverá detalhar as medidas recíprocas que o Brasil poderá adotar, além de reafirmar a autonomia do Judiciário brasileiro no julgamento de questões internas, como o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. A expectativa no Planalto é que o discurso contribua para consolidar a posição firme do governo brasileiro no cenário de disputa comercial com Washington.

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