O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, nesta quarta-feira (15), que o governo brasileiro participará de uma rodada de negociações com autoridades dos Estados Unidos nesta quinta-feira (16). O encontro, segundo o próprio presidente, deve tratar de temas sensíveis da relação bilateral, incluindo a revisão de tarifas aplicadas a produtos brasileiros e a possibilidade de sanções a autoridades do país.
A reunião ocorrerá em Washington e contará com a presença do chanceler Mauro Vieira e do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Segundo Lula, o objetivo é “reajustar pontos de tensão e ampliar o entendimento comercial entre as duas nações”, ainda que o Palácio do Planalto não tenha detalhado oficialmente quais setores serão abordados.
Recomendamos para você:
Nos bastidores diplomáticos, a expectativa é de que o Brasil busque atenuar a pressão norte-americana sobre produtos agrícolas e commodities, especialmente após recentes medidas protecionistas dos Estados Unidos que afetam a competitividade brasileira no exterior. Também deve entrar na pauta o debate sobre políticas ambientais e a aplicação de eventuais sanções a políticos e empresários acusados de violações internacionais.
Durante coletiva, Lula afirmou ter conversado recentemente com o ex-presidente norte-americano Donald Trump e destacou que pretende manter uma relação direta e “sem liturgias” com os líderes estrangeiros. A fala causou repercussão, já que o gesto foi interpretado por analistas como uma tentativa de Lula se aproximar novamente de Washington após meses de distanciamento diplomático.
Fontes ligadas ao Itamaraty afirmam que o encontro em Washington é visto como um teste para a atual condução da política externa brasileira, que tenta equilibrar a aproximação com o governo norte-americano e a manutenção de relações comerciais com regimes de linha mais autoritária, como a China e a Venezuela.
Enquanto isso, interlocutores políticos avaliam que Lula tenta mostrar protagonismo internacional em meio à instabilidade econômica e às críticas internas sobre a condução fiscal do governo. O desfecho das negociações com os Estados Unidos deve indicar se o Planalto está disposto a adotar um tom mais pragmático nas próximas decisões de política externa.
Siga o DFMOBILIDADE nas redes sociais e acompanhe os bastidores da política e da economia:
Instagram: @dfmobilidade
Facebook: DFMobilidade
X (Twitter): @dfmobilidade