O lance mínimo será de R$ 19,3 milhões, e há projeção de investimento de R$ 3,7 bilhões para os próximos 30 anos, período previsto para duração do contrato de concessão
O leilão para concessão do metrô de Belo Horizonte ocorrerá às 15h desta quinta-feira (22). A sessão, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), definirá qual empresa vai gerir, operar e manter a rede metroviária, além de ser responsável de revitalização da linha 1 e criação da linha 2 dos trens urbanos. O lance mínimo será de R$ 19,3 milhões, e há projeção de investimento de R$ 3,7 bilhões para os próximos 30 anos, período previsto para duração do contrato de concessão.
O governador Romeu Zema (Novo) e o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, estarão presentes na sessão pública.
Atualmente, o metrô é gerido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), órgão ligado ao governo federal. Para o leilão, foi criada a CBTU Minas Gerais (CBTU-MG). A empresa vencedora comprará a CBTU-MG ao mesmo tempo em que obterá a concessão do governo estadual para operar o serviço público de transporte metroviário de passageiros na região metropolitana de Belo Horizonte pelos próximos 30 anos.
A vencedora do leilão ficará responsável por revitalizar a linha 1 e ampliá-la com a construção da estação Novo Eldorado. Além disso, também terá que construir a linha 2, que ligará o bairro Nova Suíça à região do Barreiro. O governo de Minas defende que a modernização da linha 1 já poderá ser percebida pelos usuários a partir do segundo ano da concessão, enquanto investimentos na construção da linha 2 serão realizados até 2028.
Para tornar as obras viáveis do ponto de vista econômico, o governo de Minas vai aportar R$ 440 milhões no caixa da CBTU Minas já no primeiro ano da concessão. O dinheiro tem origem no acordo fechado com a Vale a título de reparação pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019. R$ 2,8 bilhões serão desembolsados pelo governo federal, também para o caixa da CBTU Minas, liberados ao longo dos próximos oito anos.
Queda de braço
O leilão ocorre após uma queda de braço política entre o PT e a o Executivo mineiro, em meio à paralisação dos metroviários, que começou no último dia 14.
No início de dezembro, o PT entrou com uma ação na Justiça Federal em Brasília pedindo a suspensão do leilão. O pedido, negado posteriormente, foi assinado pela presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann (PT), a secretária da legenda, Gleide Andrade (PT), e os deputados de Minas Gerais Rogério Correia (PT), Odair Cunha (PT), Beatriz Cerqueira (PT) e Macaé Evaristo (PT).
Nessa terça-feira (20), o vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição de Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB), chegou a encaminhar um ofício pedindo adiamento do leilão, mas a realização do pregão foi reafirmada por Zema horas depois. O governador conversou com o ex-governador de São Paulo para reverter o pedido.