Juiz que prendeu Beira-Mar vive recluso e pede ao CNJ direito de sair 3 vezes por semana

Reprodução das redes sociais
Reprodução das redes sociais

Após três décadas de atuação — duas delas sob forte escolta — o ex-juiz federal Odilon de Oliveira vive hoje como um prisioneiro dentro de casa, em Campo Grande (MS). Ele protocolou pedido ao Conselho Nacional de Justiça para poder sair três vezes por semana, por até seis horas, sob vigilância. O pleito, típico de réu em regime semiaberto, parte justamente de um dos magistrados que mais enfrentaram o crime organizado no país.

Odilon condenou ao menos 114 traficantes internacionais, entre eles Fernandinho Beira-Mar, somando mais de 920 anos de penas aplicadas. Ao longo das ações, foram apreendidos mais de 400 imóveis, 150 aeronaves e 890 veículos de luxo e caminhões — um golpe financeiro direto em facções como PCC e Comando Vermelho, de onde também partiram ameaças e ataques.

Em 2018, o CNJ retirou a proteção policial a que ele tinha direito. Desde então, sem escolta oficial, o magistrado passou a viver sob risco permanente. Seu novo pedido expõe um paradoxo incômodo: no Brasil, quem desmantelou redes bilionárias do narcotráfico precisa solicitar autorização para ir e vir — enquanto os chefes do crime seguem tentando impor o medo fora dos muros.

O caso reacende o debate sobre a responsabilidade do Estado na proteção de juízes e servidores que atuam na linha de frente contra o crime organizado. Garantir a segurança de quem aplica a lei é condição básica para que a Justiça não se transforme em cláusula de risco pessoal.

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Hamilton Silva — jornalista, editor-chefe do DFMobilidade, economista (UCB), vice-presidente do Rotary Club de Brasília e diretor da ABBP.

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