O jurista Ives Gandra Martins discorda da avaliação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, sobre os eventos de 8 de janeiro. Gandra nega que tenha ocorrido uma tentativa de golpe de Estado, argumentando que não houve uso de armas ou apoio das Forças Armadas.
Para Gandra, os acontecimentos de 8 de janeiro foram uma manifestação política infundada que culminou em atos de vandalismo. Ele afirma que não se sabe se houve ou não infiltrados nos protestos, mas que os atos de vandalismo são injustificáveis, assim como a quebradeira na Câmara dos Deputados ocorrida durante o governo de Michel Temer.
Gandra argumenta que o termo “golpe de Estado” implica uma operação militar e que, no Brasil, não houve nenhuma evidência de que as Forças Armadas estivessem envolvidas nos protestos. Ele compara a situação no Brasil com golpes de Estado ocorridos em países africanos, onde os militares estiveram diretamente envolvidos.
Gandra questiona a severidade das penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, chamando-as de “penas violentas”. Ele afirma que os infratores deveriam ser punidos como autores de vandalismo, não como golpistas.
Gandra enfatiza que um grupo desarmado de civis, sem apoio militar, não teria capacidade de realizar um golpe de Estado. Ele expressa preocupação com as implicações dessa narrativa para o sistema jurídico e político do país.